Diagnóstico do autismo: o que fazer enquanto espera pelo resultado?

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Postado por Autismo em Dia em 04/fev/2021 - 13 Comentários

O diagnóstico do autismo não é uma coisa fácil, simples ou rápida de se conseguir. E muitos pais e mães cujas histórias reais nós já contamos aqui no site podem confirmar isso. Tudo começa na desconfiança dos pais e das outras pessoas do convívio, mas até o resultado final chegar, existe uma série consultas e exames.

Isso sem contar no impacto na vida das pessoas envolvidas, como pais, cuidadores, professores, entre outros. Muita gente acaba se deixando levar pela negação ou por visões equivocadas do que é o autismo. Isso tudo interfere, de alguma forma, no processo até o diagnóstico.

Mas hoje a gente quer falar diretamente com você, que é pai ou mãe de uma criança que você desconfia que é autista. Esse processo pode durar meses e até anos. Por isso, acalme seu coração e veja as dicas que temos do que você pode fazer enquanto aguarda o diagnóstico do autismo.

1 – Aprenda (muito) mais sobre o autismo

Graças à internet e à literatura, existem muitos materiais disponíveis e de fácil acesso sobre o que é o autismo. Neste momento, aprender sobre o que é o autismo é essencial. E quando você começar a aprender sobre o assunto, vai saber formular as perguntas certas que vão te fazer chegar em conhecimentos mais aprofundados.

Mas é muito importante ter cuidado com quais são as suas fontes. Infelizmente, é muito fácil ser enganado por pessoas mal intencionadas ou materiais que nem mesmo são verificados por médicos especialistas em autismo. E se isso acontecer, tá tudo bem. É compreensível que durante esse período você esteja ansioso por informações que gerem esperança.

Outro benefício de ficar bem informado é que o autismo é muito amplo e nenhum autista é igual a outro. Além dos graus leve, moderado e severo, existem uma variedade bem grande de comorbidades e padrões de comportamento. ¹

Está tudo bem com o fato de que você não vai conseguir saber tudo de uma vez. Portanto, comece pelo básico e pergunte: o que é o autismo?

2 – Registre e reúna as informações da sua criança

Conforme o tempo for passando, muitas coisas vão acontecer no desenvolvimento da sua criança que podem dar indícios do autismo. Alguns sinais são pequenos e podem passar desapercebidos. Porém outros vão chamar muito mais a sua atenção.

Sempre que você puder, leve a criança ao médico e veja o que o profissional tem a dizer. A partir disso, comece a criar um registro de tudo pelo que a criança já passou e todos os motivos pelos quais ela foi examinada ou avaliada.

Além disso, você também pode criar uma pasta com anotações de coisas que você mesmo observa que vem te causando alguma curiosidade, a famosa pulga atrás da orelha. Faça anotações sobre diferentes comportamentos diante de variados lugares e situações. Faça uma lista do que você vem considerando que são os pontos fortes e pontos fracos do comportamento daquela criança.

Toda vez que você estiver diante de um médico ou de um psicólogo para falar sobre a possibilidade do autismo, leve esses registros com você. Afinal, o médico não vai poder estar em todas as situações, e muito do que é avaliado é feito com base no relato dos pais.

3 – Saiba o que você pode esperar do avaliação e do diagnóstico do autismo

O diagnóstico do autismo pode ser feito de diferentes formas. Às vezes ele é feito por uma equipe de especialistas e outras por um único médico. Mas, em geral, os profissionais envolvidos são pediatras, psicólogos e neurologistas. Porém, independente de qual especialista vai estar disponível e apto a fazer a avaliação e, posteriormente, dar o diagnóstico do autismo, uma coisa não muda. Isso vai envolver uma relação direta entre cada profissional e a criança.

O que esses profissionais vão fazer é avaliar a criança através de testes com bases científicas sólidas e que se adequem à linguagem e ao universo de quem está sendo avaliado. Muitas vezes uma simples brincadeira que o médico tentar com seu filho já vai ser um método que pode trazer respostas. Há também alguns testes cognitivos que vão medir como estão as habilidades da criança em determinadas áreas. ²

O profissional vai te fazer muitas perguntas. Assim, quanto mais precisas forem as suas respostas, mais elas vão ajudar numa análise com bons critérios.

Nós sabemos que não é todo mundo aqui no Brasil que tem acesso a uma quantidade considerável de profissionais para fazer essa análise. Portanto, aproveite toda oportunidade que você tiver diante de um profissional para tirar suas dúvidas.

4 – Se possível, compare os resultados

O transtorno do espectro autista é uma condição que é conhecida há muitos anos, mas que ainda carece de especialistas. Estes na maior parte das vezes têm boa vontade, mas não tiveram experiências o suficiente para olhar para o seu filho e determinar o autismo. Sem contar que não são todos os lugares que oferecem condições para que essas pessoas continuem aprimorando seus conhecimentos no TEA.

Mas você sabe como isso impacta o diagnóstico do autismo?

Como muitas pessoas que nós entrevistamos já relataram, essa lacuna no preparo dos profissionais faz com que, muitas vezes, exista um diagnóstico negativo dado equivocadamente. Por isso, muitos pais e mães acabam consultando outros médicos e indo cada vez mais fundo no problema.

Porém, quando não há iniciativa dos responsáveis ou mesmo quando a condição de vida não permite, um diagnóstico negativo dado de forma apressada pode impedir que os tratamentos e terapias sejam aplicados como devem. E a maioria dos especialistas em autismo advertem que quanto mais cedo as estimulações começarem, maiores as chances de o autista se desenvolver dentro das suas condições.

Portanto, sempre que você puder, compare a visão técnica de mais de uma pessoa.

5 – Prepare-se para o diagnóstico do autismo utilizando o apoio emocional de quem está por perto

Tanto o período anterior quanto o posterior ao diagnóstico do autismo podem ser ser muito difíceis para algumas pessoas. E aqui falamos da questão emocional. A resposta pode ser um alívio, mas também um momento que abala suas estruturas.

Durante as sessões médicas, considere, então, levar alguém de confiança que pode te ajudar a lidar com a situação com uma ótica mais objetiva. Alguém que vai te ajudar a tomar notas sobre o que o médico vai falar. Alguém que pode te ajudar a organizar os pensamentos e fazer os relatos com mais fidelidade.

Em geral, pai e mãe, como casal, tendem a ter um no outro esse apoio. Mas tanto homem como mulher podem ficar desestruturados nesse momento. Além disso, muitas mães e pais acabam tendo que lidar com a criação da criança por si só, por motivos variados.

E veja só como isso também te dá a oportunidade de ir introduzindo aos poucos o assunto entre familiares e amigos. Estes que, muitas vezes, podem agir de modo não muito agradável diante da criação diferenciada que você terá de dar ao seu filho. Não é aceitável que as pessoas julguem a criança autista como mimada, birrenta ou qualquer outra palavra ruim.

Certamente, a educação será muito mais desafiadora depois do diagnóstico do autismo.

6 – Não espere o diagnóstico do autismo para agir

Antes de tudo, é importante a gente explicar que o título acima não tem nada a ver com fazer um autodiagnóstico. Isso é perigoso. Somente um profissional preparado pode dar o diagnóstico fechado. Fora que existem muitos benefícios em ter o laudo médico para a condição de autismo, principalmente para usufruir nos direitos.

Mas enquanto isso não chega, uma coisa é certa: em alguns casos, pode nem mesmo ser saudável ficar esperando o resultado para começar a intervenção. Se você chegou ao ponto de ter que avaliar seu filho ou filha por algum tipo de comportamento atípico, é porque algo precisa ser trabalhado nela para melhorar a qualidade de vida. ³

Independente de ser autista ou não, a criança pode estar vivendo um atraso ou alguma deficiência. Pode ser algo que precise de fonoaudiologia, psicologia, fisioterapia ou qualquer outro tipo de atenção. Ao lado desse processo de investigação do autismo, a vida está acontecendo, o ano escolar está correndo, os aprendizados sociais já estão afetando a forma como esta criança está enxergando o mundo.

Dica extra: acompanhe o Autismo em Dia

Todas as nossas dicas têm a única intenção de levar esperança a você. O diagnóstico de autismo não é a pior coisa que pode acontecer com você. Mas também não é fácil. E quanto maior o grau de dependência, mais essa condição vai ser desafiadora. Mas a maioria dos pais e mães venceram essa etapa com louvor. E exemplos não faltam!

E se você quer começar levando à risca nossa dica número 1, a gente pode te ajudar! Tanto nosso site como as nossas redes sociais estão recheadas de boa informação verificada por especialistas. Você não está sozinho nessa. Vem bater um papo com a gente lá no Instagram ou no Facebook.

E se esse artigo de fato te ajudou, imagina quanta gente pode estar precisando disso bem agora! Ajude a comunidade compartilhando com quem precisa.

Até mais! =)

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Este artigo foi inspirado e livremente adaptado do original Five things to do while waiting for an autism evaluation, do portal internacional Autism Speaks.

Referências bibliográficas e a data de acesso:

1. Supera Farma – 27/01/2021

2. National Institute of Child Health and Human Development – 27/01/2021

3. Associação de amigos do autista – 27/01/2021