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Postado por Autismo em Dia em 14/out/2024 - Sem Comentários
Essa é a história da proTEA Gislaine, 31 anos, casada há 13 anos e mãe de dois filhos: Samuel, de 11 anos, e Luna, de 3. Ela vive em Tenentes e nasceu em Extrema. Para conciliar o tratamento dos filhos, trabalha apenas aos finais de semana. Sua jornada como mãe envolveu muitos desafios, especialmente com o diagnóstico de Samuel, que nasceu com lábio leporino e, posteriormente, foi diagnosticado com TDAH e autismo.
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Samuel nasceu com lábio leporino, passando por 6 cirurgias corretivas ao longo dos anos. Aos poucos, surgiram sinais de atraso no desenvolvimento, especialmente na fala, o que inicialmente foi atribuído ao tratamento do lábio leporino. No entanto, o comportamento hiperativo e o balbucio persistente levantaram a hipótese de TDAH e, posteriormente, autismo.
Foi apenas aos 6 anos que o diagnóstico de autismo Nível 1 foi confirmado, após anos de incerteza. Antes disso, o tratamento para o TDAH já estava em andamento, e as terapias com fonoaudióloga e psicóloga seguiam como rotina.
Samuel começou em uma escola particular, onde, com muito suporte, começou a falar por volta dos 7 anos. No entanto, as dificuldades em acompanhar o ritmo escolar levaram a família a optar por uma escola pública, onde ele se encontra hoje, no sexto ano. A mudança trouxe desafios, mas também abriu espaço para novas estratégias de apoio.
As terapias desempenharam um papel fundamental no desenvolvimento de Samuel. Ele sempre foi muito hiperativo, com dificuldades para brincar de forma convencional e uma fascinação por girar rodas. Com o tempo, os avanços foram notáveis, tanto na fala quanto no comportamento.
Para Gislaine, aceitar o autismo de Samuel foi um processo doloroso. Ela descreve esse período como um luto, precisando passar por terapia para se ajustar às novas expectativas. A crença inicial de que as terapias poderiam “curar” Samuel deu lugar a uma nova perspectiva:
“Para eu aceitar o autismo foi muito difícil. Tive que fazer terapia, pra entender aquele momento de luto. Desfocar um pouco daquilo que eu esperava… viver um dia de cada vez. Teve um bom tempo que eu achava que as terapias trariam a cura dele. Mas hoje eu falo que estou na melhor fase, porque eu olho para o Samuel, para o que ele consegue, eu escuto o que ele quer, o que ele sente e não espero mais nada. A gente procura todas as ferramentas disponíveis para dar suporte pra ele se desenvolver e para ele se achar, mas nunca esperando mais e sempre entendendo.”
A chegada da irmã, Luna, trouxe equilíbrio à dinâmica familiar, ajudando Samuel a desenvolver mais independência e lidar melhor com suas crises emocionais.
Samuel tem um carinho especial por seu pai, ele sempre diz querer ser forte como pai…
“Esse é um ponto muito importante. A presença do pai…pois muitos pais abandonam os filhos quando vem o diagnóstico e a mãe segue sozinha …sendo muito mais difícil. Nesse mundo totalmente novo… Acho que vale ressaltar a importância e resultado que se tem quando o pai permanece ao lado da família, trazendo muito equilíbrio e resultado a criança.”
Outra pessoa importante na rede de apoio de Gislaine, é a avó materna de Samuel.
“Minha mãe que mora comigo..sempre esteve aqui e foi um apoio essencial também…pois sem ela me ajudando com Samuel, onde eu entrava em desespero no início, eu não teria conseguido…
Deus , meu esposo sendo ótimo pai e minha mãe.Resumindo o apoio familiar a base pra tudo se tornar possível e mais leve.”
As crises de Samuel, muitas vezes desencadeadas por situações de medo ou frustração, são um dos maiores desafios para Gislaine. A escola, em particular, tem sido um ambiente onde essas crises surgem com mais frequência. Um incidente em que Samuel foi agredido pelos colegas, por exemplo, resultou em uma das suas maiores crises, e levou tempo para que ele conseguisse acalmar.
Apesar das dificuldades, Gislaine aprendeu que, muitas vezes, o abraço é a melhor forma de acalmar Samuel. Ele também gosta de frequentar a igreja, embora o barulho o agite. Nessas situações, Gislaine oferece suporte emocional, sempre respeitando o tempo e o espaço dele.
Ela comenta: “Ele gosta muito de ir na igreja, porém dependendo tem muito barulho. Isso faz ele ficar muito agitado, em alguns momentos ele começa a chorar. Pra ele se regular, a maioria das vezes coloco ele no chão, abraço ele, acolho e vou conversado, dou um espaço, se ele quiser conversar… em alguns momentos é difícil porque é o momento em que minha filha de 3 anos está fazendo uma birra…é bem difícil, mas o abraço normalmente é o que regula ele.”
Atualmente, Samuel participa de diversas atividades que ajudam a canalizar sua energia e a desenvolver habilidades sociais e emocionais:
Samuel também faz aulas particulares de música, uma atividade que ele ama e que o ajuda a expressar-se de maneira criativa.
Com o tempo, Gislaine encontrou paz ao aceitar o autismo de Samuel. Embora as dificuldades ainda existam, ela destaca que o mais importante é apoiar o filho em seu desenvolvimento, sem expectativas irreais, mas com as ferramentas necessárias para que ele encontre seu próprio caminho. Hoje, com o apoio das terapias, a vida de Samuel e de sua família é marcada por desafios, mas também por momentos de alegria e conquistas.
Esse foi nosso texto da proTEA Gislaine e seu filho Samuel. Você gostou? Continue navegando pelo Blog!
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