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Autismo, TDAH e TOD: conheça a história do Arthur, de SP


Autismo, tdah e TOD

Postado por Autismo em Dia em 28/dez/2020 - 10 Comentários

O transtorno do espectro do autismo muitas vezes também vem acompanhado de comorbidades. Às vezes é autismo e TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade). Às vezes é autismo e TOD (transtorno opositor desafiador). Ou, ainda, qualquer outra questão de saúde que, somado ao TEA, traga ainda mais dificuldades.

Na nossa última história de proTEAgonistas de 2020, nós conhecemos o Arthur, lá de Bragança Paulista, interior de São Paulo. Aliás, essa foi uma das cidades que mais renderam histórias aqui no site. Depois de diagnosticado como autista de grau leve, os pais do rapazinho ainda descobriram que ele tem TDAH e TOD. E a Patrícia Oliveira, que é mãe do Arthur, contou pra nós essa história.

Com ela, a gente descobriu que, por trás do garoto agitado (de quem muita gente) já desdenhou, existe um menino alegre, carinhoso e que só dá alegria para sua família. Quer saber mais? Então continue com a gente.

Autismo e TDAH: história real

Foto: arquivo pessoal.

Arthur e o diagnóstico de autismo

Super esperada e planejada, a gravidez que gerou Arthur foi tranquila, a realização, então, de um sonho de Patrícia e do esposo, Junior. Até mais ou menos 1 ano e meio, Arthur parecia uma criança neurotípica. Porém, logo algumas características foram aparecendo. E foi praticamente de uma hora para outra, como conta a mãe. “Eu costumo dizer que ele dormiu típico e acordou autista”, diz ela.

Arthur estava bem na fase onde apareciam as primeiras palavras quando, de repente, parou de falar. Além disso, na escola, os professores observaram que Arthur não era muito de interagir com os colegas. Igualmente, ele ainda apresentava um interesse, digamos, diferente por coisas que giravam e não estava fazendo contato visual.

“Então, a gente procurou uma neuropediatra para avaliar ele. Nós fizemos exames que descartaram a possibilidade de ser problema de audição. E, em três meses, o diagnóstico estava, de fato, fechado”, explica Patrícia.

Autismo, TDAH e TOD: as comorbidades de Arthur

Isso tudo aconteceu quando Arthur tinha apenas 2 anos, em 2016. De lá para 2020, outros comportamentos do filho fizeram Patrícia e Junior buscar mais respostas, o que levou o casal a descobrir que Arthur tem duas comorbidades comuns em autistas. O garoto tem transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno opositivo desafiador (TOD).

No primeiro a criança tem uma dificuldade extrema de se manter concentrada, atenta e, ainda, é bastante inquieta. E o segundo é um transtorno onde a pessoa tem muito mais dificuldade em reconhecer e acatar as figuras de autoridade, como os pais, por exemplo.

Autista de grau leve

Imagem: Arquivo pessoal

Os tratamentos que estão dando certo para o autismo e o TDAH

Atualmente, Patrícia comemora que, aos 6 anos, as condições do filho já são administradas de uma forma melhor. Ainda que, por conta do metabolismo acelerado, ela tenha que trocar a medicação com frequência. No total, já foram 15 remédios diferentes.

Além disso, Arthur frequenta equoterapia (terapia com cavalos) e fonoaudiologia. Porém, um dos tratamentos a que a Patrícia mais relaciona o desenvolvimento do menino são as 10 horas semanas do método ABA. “Nós fazemos o ABA tanto em casa como na clínica. E ele tem melhorado muito. O ABA foi a luz no fim do túnel para nós. O Arthur não era verbal e agora ele já tem soltado algumas palavrinhas”.

Patrícia também cita que o filho vem melhorando com um tipo de tratamento que ainda não tem um consenso geral na medicina. Porém, vem apresentando efeitos promissores em diversos testes científicos: o canabidiol. “Foi uma descoberta incrível que tem ajudado na concentração”, conta Patrícia sobre o tratamento à base das propriedades da cannabis.

Entre o autismo, o TDAH e o TOD, a mãe faz questão de destacar que Arthur é muito mais do que isso.

“Hoje ele mesmo procura as crianças para brincar. Quando levamos ele no parquinho, ele quer interagir. Antes ele nem tinha essa vontade. A gente acredita muito nele, no potencial dele. Ele é uma criança feliz! É daquelas crianças bem alegres, bagunceiras e arteiras. Mas ele tem uma saúde incrível. Além disso, ele é amoroso demais. Passa um tipo de amor para a gente que todo ser humano deveria viver. É algo que não tem explicação”, conclui.

Mãe de autista com TDAH

Foto de arquivo pessoal

Patrícia, uma mãe se refazendo

Como muitas mães de autistas, Patrícia também optou por parar de trabalhar após o diagnóstico. Mas ela também conta que essa não foi a única mudança no dia a dia dela.

“Infelizmente, muitas amigas minhas deixaram de participar da nossa vida e até mesmo alguns familiares. Porém, apesar de o preconceito ter vindo desses lugares inesperados, o autismo também trouxe muita gente boa para a minha vida, que me deram uma direção. Quando o diagnóstico chegou, a gente não tinha conhecimento. E então a gente pensa milhões de coisas. Eu mesma sou uma pessoa muito ansiosa e passei a me cuidar mais. Por isso, hoje eu me cuido muito mais pelo Arthur, pois sei que ele depende de mim. É uma escola”, diz.

Patrícia também destaca que seu envolvimento com outras mães de autistas de sua cidade tem sido uma grande rede de apoio.  “A gente conversa e troca experiências. Tem pessoas que não são da família, mas a gente considera porque abraça muito mais. Tudo que o Arthur consegue fazer hoje que antes não conseguia, é muito, também, graças a essas pessoas.”

Autismo, TDAH e TOD: lutando contra o preconceito

Uma das histórias mais dramáticas que ela relatou foi um caso de preconceito dentro de uma das clínicas por onde Arthur passou.

“O Arthur tinha o comportamento de bater e morder. E uma profissional disse que eu era culpada por isso. Ela disse que ele ia crescer e ia me bater. E aquilo me pegou de um jeito que eu fiquei muito depressiva. Eu achei que eu estava realmente sendo a mãe errada e me apunhalei muito com aquilo. Mas isso também me deu força. Porque eu sei o que eu sou, sei da minha capacidade.

Para ele também era muito ruim. Ele saía de casa chorando porque não queria fazer terapia. Então eu busquei outra profissional e foi a melhor coisa que eu fiz”, explica.

Ela ainda chama atenção para como ainda existe preconceito na sociedade.

“Para alguns, se uma pessoa está visivelmente bem, se uma pessoa desce de um carro andando ou falando, ela não tem deficiência. Quem olha para o Arthur não fala que ele tem algum transtorno. Já passamos por situação de ele ter alguma crise em público e as pessoas passarem e julgarem. É preciso lutar para que o autismo tenha mais visibilidade, porque ninguém tem dimensão do tanto de coisas que existem por trás do autismo ou de qualquer  outro transtorno. Não é fácil, mas eu acho que a gente pode pegar nossas pedras e fazer um castelo. E eu estou fazendo o meu.”

Entrevista com mãe de autista sobre TDAH e TOD

Arthur com o pai, Junior, e a mãe. Arquivo pessoal.

“Para os autistas, tudo é na base da justiça”, conta Patrícia

Patrícia não é a primeira mãe que nos conta que precisou entrar na justiça para conseguir algo que, na teoria, é um direito garantido aos autistas. Como, por exemplo, um professor especializado em sala de aula.

Arthur estuda numa escola pública municipal e, até 2019, tinha só uma professora de ensino regular. Quando finalmente decidiu fazer algo, a prefeitura disponibilizou uma estagiária. Se fosse em condições mais favoráveis, provavelmente essa estagiária teria tido um desempenho melhor. Mas, segundo Patrícia, a moça estava ainda no primeiro período da faculdade, não sabia nada sobre autismo e TDAH e desistiu logo no começo, quando se deparou com a agressividade de Arthur.

Assim, Patrícia entrou na justiça e conseguiu, enfim, um professor formado dedicado somente ao seu filho. E novamente ela destaca a importância das pessoas que conheceu por causa do autismo. O processo foi feito por um advogado voluntário que costuma ajudar outras famílias de pessoas com algum transtorno ou deficiência.

“Infelizmente, tudo para eles é na base da justiça. Inclusive eu já tive um convênio médico negado por meu filho ser autista e que só liberaram com a ameaça de processo”, arremata ela. Por conta da pandemia de Covid-19, Arthur ainda nem viveu a experiência de ter um professor só pra ele em sala. Porém, Patrícia segue acreditando que, no próximo ano, isso vai ajudar muito o filho.

No filho, a esperança de uma mãe

“Eu acredito muito no potencial dele. Em tudo que eu já vivi com ele até hoje, ele só me mostrou o quanto ele é capaz. Eu nunca me decepcionei com ele, mas me decepcionei com os outros. Mas eu sou muito otimista. Ele molda a vida de qualquer um que o conhece. Ele me ensina muito, eu falo que ele é meu professor. Onde ele vai, ele deixa a marquinha dele e ninguém esquece.

Eu espero que futuramente o autismo seja ainda mais conhecido, e que tenha mais escolas e mais profissionais preparados para eles. E que tenha, também, apoio para as mães, que são as que mais sofrem. Nós precisamos de apoio psicológico, algo que o SUS não dá. Eu tenho convênio, mas penso muito nas mães que não têm essa ajuda. Espero que, no futuro, as pessoas não precisem ir para a justiça pra conseguir os direitos”.

Em 2020 todos nós do Autismo em Dia nos emocionamos com as histórias contadas aqui. E cada história fazia surgir novas histórias e, assim, nossa comunidade vem aumentando e crescendo. Estamos gratos por cada proTEAgonista e temos certeza que eles estão inspirando pessoas por todo o Brasil!

Em 2021, vamos continuar. Por isso, venha nos conhecer nas redes sociais e contar qual é a sua experiência com o autismo. Estamos no Facebook e  também no Instagram. Você pode ser o nosso próximo proTEAgonista.

Desejamos que você tenha um 2021 incrível! Até breve =)

 

“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”

10 respostas para “Autismo, TDAH e TOD: conheça a história do Arthur, de SP”

  1. Ana Paula Puerta da Silva disse:
    09/01/2021 às 12:24

    Parabéns Patrícia pela mãe maravilhosa que vc é,tenho certeza que Deus está cuidando de tudo , afinal Ele enviou um anjo pra vc cuidar e cuidar de vc.Me lembro quando trabalhamos juntas na Rw , vc sempre foi uma ótima profiasional, mas Dus te chamou pra além disso .Deus abençoe vc e sua linda família .

    Responder
    • Autismo em Dia disse:
      14/01/2021 às 19:12

      💙💙💙

      Responder
  2. Elizângela souza disse:
    09/01/2021 às 12:37

    Muito lindo também tenho um filho chamado Arthur ele também e autista sei o quanto passo para conseguir tudo dele pelo sus por enquanto eu estou no plano de saúde ,lá eu consigo por enquanto ajuda para ajuda ele mas e ruim o meu filho está ficando bem melhor por que eu estou lutando por ele amei sua história.

    Responder
    • Autismo em Dia disse:
      14/01/2021 às 19:13

      Que lindas palavras Elizângela. Que bom que gostou da história que contamos aqui. Volte mais vezes!
      Um abraço especial para você e seu Arthur 💙

      Responder
  3. Maristela ALMEIDA de Freitas disse:
    18/01/2021 às 02:04

    Oi meu netinho Lorenzo tem 2anos e quatro meses,teve o diagnóstico recente de TEA,minha maior preocupação se ele vai falar.Meu Deus me der uma luz.

    Responder
    • Autismo em Dia disse:
      18/01/2021 às 18:51

      Oi Maristela como vai? Nós temos um ebook inteirinho feito sobre fala, produzido em conjunto com a fonoaudióloga e doutora Maria Cláudia Arvigo, uma importante cientista dessa área. Você consegue baixar pelo link: https://materiais.autismoemdia.com.br/fala-autista

      Depois conta pra gente o que achou!

      Responder
  4. Fabiana disse:
    18/01/2021 às 07:56

    Que lindo eu tb tenho uma história parecida com a sua continue assim vou me espelhar em.vc pois estou passando algo parecido com a psicologa do meu filho.

    Responder
    • Autismo em Dia disse:
      18/01/2021 às 18:48

      Ficamos muito felizes que a história da Patrícia e o Arthur tenha te inspirado Fabiana 💙 Volte mais vezes!

      Responder
  5. Suzana Dias Ferreira disse:
    19/01/2021 às 10:19

    Olá muito parecida com minha história só que meu issac ,vai fazer 6 anos e este ano vou a luta mesmo , pois de entrada no loas negado e também parei de trabalhar pois tenho certeza que ele precisa de mim ,eu como mãe fico triste de ver meu filho bravo violento comigo , é o pai ,issac Autista Tod e tdah .

    Responder
    • Autismo em Dia disse:
      20/01/2021 às 10:27

      Oi Suzana, desejamos muita força na sua caminhada. Conte com esse espaço de acolhimento e informação para tornar sua jornada mais leve 🙂

      Responder

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