Como implementar estratégias de terapia sensorial para o autismo


Postado por Autismo em Dia em 07/fev/2024 - Sem Comentários

Recentemente fizemos uma publicação sobre terapia ocupacional, abordando essa temática e apresentando seus benefícios. Sendo assim, para complementar esse assunto, hoje vamos falar da implementação de estratégias de terapia sensorial para crianças com autismo.

Essa prática terapêutica requer uma abordagem sistêmica e individualizada. Para isso, aqui estão algumas dicas práticas que pais, cuidadores e profissionais devem considerar ao colocar a criança em contato com estratégias de terapia sensorial:

Índice

Ficar atento nessas etapas

  • Primeiramente, observar e compreender: observe as preferências e sensibilidades sensoriais da criança. Além disso, anote o que desencadeia a sobrecarga sensorial e quais atividades ou estímulos a criança procura para obter conforto ou regulação. Essa compreensão orientará a seleção das atividades de terapia sensorial;
  • Comece gradualmente: introduza as atividades e intervenções sensoriais gradualmente, começando com atividades que sejam menos desafiadoras e que não sobrecarregue a criança. Na sequência, a exposição gradual permite que a criança se sinta confortável com os estímulos sensoriais e desenvolva sua tolerância ao longo do tempo;
  • Além disso, forneça opções: ofereça à criança uma variedade de atividades ou ferramentas sensoriais para que ela possa escolher. Isso não apenas permite que ela tenha controle sobre suas experiências sensoriais, mas também estimula o envolvimento e a participação;
  • Para integrar as atividades sensoriais às rotinas diárias: integre as atividades sensoriais às rotinas diárias da criança, como na hora de brincar, na hora das refeições ou na hora de dormir. Dessa forma, essa exposição regular a estímulos sensoriais ajuda a criança a desenvolver suas habilidades de processamento sensorial de forma consistente;
  • Finalmente, seja paciente e flexível: a terapia sensorial é um processo que exige paciência e flexibilidade. Cada criança progride em seu próprio ritmo, e é importante adaptar as estratégias de terapia com base em suas necessidades e progressos individuais;

Lembre-se de que a terapia sensorial deve sempre ser adaptada às necessidades e preferências específicas da criança. A consulta a um profissional, como um terapeuta ocupacional, pode fornecer orientação e apoio valiosos ao implementar estratégias de terapia sensorial. Agora, vamos explorar alguns recursos e ferramentas de terapia sensorial que podem ajudar pais e cuidadores.

Recursos e ferramentas de terapia sensorial para pais e cuidadores

Foto: Envato/Maryna_Vagonetochka

Os pais e cuidadores desempenham um papel fundamental no apoio a crianças com autismo por meio da terapia sensorial. Sendo assim, aqui estão alguns recursos e ferramentas de terapia sensorial que podem ajudar a implementar estratégias de terapia sensorial:

  • Primeiramente, brinquedos e ferramentas sensoriais: há uma grande variedade de brinquedos e ferramentas sensoriais disponíveis no mercado, projetados para fornecer informações sensoriais e apoiar a regulação. Eles podem incluir fidget spinners, bolas sensoriais ou brinquedos de estimulação tátil.
  • Na sequência, suportes visuais: suportes visuais, como agendas visuais, histórias sociais e cartões de dicas visuais, podem ser eficazes para fornecer estrutura e previsibilidade. Eles ajudam as crianças a entender as expectativas e reduzem a ansiedade em várias situações.
  • Também, aplicativos sensoriais e tecnologia: há vários aplicativos sensoriais e tecnologias disponíveis que proporcionam experiências sensoriais interativas e envolventes. Esses aplicativos podem ser usados em tablets ou smartphones e oferecem uma maneira conveniente de incorporar atividades sensoriais às rotinas diárias.
  • Além de recursos e comunidades on-line: os recursos on-line, como sites, blogs e fóruns, fornecem uma grande quantidade de informações e suporte para pais e cuidadores. Dessa maneira, essas plataformas oferecem dicas, estratégias e experiências compartilhadas por outras famílias que estão fazendo terapia sensorial.
  • Por último, mas não menos importantes a orientação profissional: busque orientação de profissionais, como terapeutas ocupacionais ou especialistas em integração sensorial. Eles podem fornecer recomendações personalizadas, planos de terapia e suporte contínuo durante toda a jornada da terapia sensorial.

Ao utilizar esses recursos e ferramentas, os pais e cuidadores podem aprimorar sua compreensão e implementação de estratégias de terapia sensorial. Agora, vamos nos aprofundar em algumas histórias de sucesso e estudos de caso de terapia sensorial no autismo.

Integração sensorial na fase adulta

Embora a Integração Sensorial seja frequentemente associada a crianças, seus benefícios vão além da infância, e se estendem à vida adulta. Nessa fase, a atenção aos sentidos também requer cuidados e atenção no equilíbrio emocional e físico, pois muitas vezes a pessoa pode desenvolver preferências sensoriais específicas, variando entre texturas a estímulos visuais e sonoros.

Quando alguém com TEA está passando por algum momento de stress e/ou cansaço muito grande, umas das maneiras de contribuir é trabalhar com ele estratégias de respiração e buscar/criar ambientes mais calmos e apropriados, a partir de nossos sentidos, por exemplo:

  • Visual: proporcione uma experiência visual suave adequando a intensidade da luz (aproveite a luz solar). Ficar em um ambiente por muito com a luminosidade muito intensa incomoda qualquer um, ainda mais autistas que possuem mais sensibilidade;
  • Auditivo: você já ouviu falar sobre a diferença entre som e ruído/barulho? Reduzir os ruídos ao fundo é uma maneira de estimular o autista, mas uma música com a altura adequada é uma forma eficaz de proporcionar um ambiente mais acolhedor.
  • Paladar/Olfato: busque reconhecer quais são os tipos de alimentos preferidos da pessoa, sugerindo uma exploração de novos sabores e odores, pois essa pode ser uma experiência sensorial prazerosa.
  • Tato: considere a sensibilidade tátil, oferecendo opções de texturas que agradem à pessoa. Desde materiais macios até superfícies mais firmes.
  • Movimento: estimule a movimentação adequada, considerando atividades físicas que possam proporcionar relaxamento e alívio do estresse. A prática regular de exercícios físicos pode ser uma estratégia eficaz para manter o equilíbrio sensorial.

Resumindo tudo

Ao focar nas dificuldades de processamento sensorial, essa terapia desempenha um papel fundamental no fortalecimento das habilidades de processamento sensorial das crianças. Além disso, contribui para o aprimoramento da autorregulação e melhoria do funcionamento geral.

Por meio da exposição controlada a estímulos sensoriais e da aplicação de várias técnicas e intervenções, a terapia sensorial não apenas aborda desafios específicos, mas também capacita a pessoa com autismo a navegar em seu mundo com mais facilidade e confiança.

Portanto, a criação de um ambiente favorável aos sentidos e a incorporação da terapia sensorial destacam-se como elementos essenciais no suporte ao desenvolvimento integral de crianças com autismo. Dessa maneira, a terapia sensorial não é apenas uma intervenção, mas uma jornada significativa em direção ao bem-estar e ao progresso dessas pessoas.

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Até mais! 💙

1- Scielo – acesso em 10/11/2023

 

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