Mitos do autismo: saiba o que é verdade e o que não é


Mitos do autismo: saiba o que é verdade e o que não é

Postado por Autismo em Dia em 09/jul/2020 - 19 Comentários

Eu venho notando que existem vários mitos do autismo desde que essa questão entrou na minha vida. Eu mesma* cheguei a me pegar envolvida por um deles, mas não me culpo por isso. Alguns desses mitos são tão comuns e corriqueiros que até parecem realmente  verdadeiros. Me vejo combatendo a maioria deles quase diariamente – já que é muito comum ouvi-los na boca de parentes, amigos, vizinhos e pessoas nas redes sociais. Por isso, resolvi compilar aqui uma listinha dos mitos do autismo que são mais comuns:

Índice

Dá para saber se uma pessoa tem autismo só de olhar para a cara dela?

Não sei quantas vezes já ouvi: “seu filho é tão lindo, não pode ser autista”. Realmente não entendo o que uma coisa tem a ver com a outra, mas muitas pessoas parecem buscar algum tipo de traço facial para identificar o autismo, tal como acontece com a Síndrome de Down. O autismo não tem características físicas e nem mesmo o profissional mais gabaritado conseguiria reconhecer um autista por sua mera aparência. Em resumo: autismo não tem cara.

Mitos do autismo: saiba o que é verdade e o que não é

Fonte: Envato – twenty20photos

Os mitos do autismo como um condicionador da aversão social

É comum ouvir que autistas vivem em seu próprio mundo e que não se interessam por outras pessoas. Bem, pode realmente ser verdade que algumas pessoas no espectro autista não queiram fazer amigos e mesmo não sintam falta de ter alguém por perto. Isso, aliás, isso pode ser verdadeiro, inclusive, para pessoas neurotípicas.

Entretanto, pelas minhas andanças, observações e conversas percebi que muitos autistas têm, sim, o desejo de terem amigos, mas, muitas vezes, não têm ideia do que devem fazer para desenvolver uma amizade ou se sentem desajeitados demais com relação às interações sociais. São tantas regras subentendidas que muitos se sentem confusos ou perdidos e acabam parecendo tímidos, hostis ou simplesmente desinteressados.

Autistas não sentem emoções?

Outra coisa comum é ouvir que quem está no espectro autista é incapaz de sentir emoções, mas isso não poderia estar mais longe da realidade. O autismo em si não faz com que alguém seja incapaz de sentir as emoções, mas tenho notado que as emoções são sentidas, percebidas e expressadas de forma diferente. Já ouvi de muitos autistas que eles preferem se afastar porque sentem demais, tanto que fica até difícil de suportar – e isso é justamente o oposto de não se sentir nada, não é?

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Fonte: Envato – DC_Studio

Pessoas com autismo não conseguem entender as emoções dos outros?

Pode realmente ser verdade que uma pessoa no espectro tenha dificuldades em entender o que outra pessoa está sentindo com base em sua expressão facial, tom de voz e linguagem corporal. Mas, caso a emoção seja comunicada diretamente, autistas têm não só a capacidade de compreender a emoções como também, sentir compaixão e empatia tanto quanto qualquer outra pessoa. Por esse motivo, ensinar e treinar o reconhecimento das emoções é tão importante desde cedo. Uma comunicação direta, verbal, sem ironia e figuras de imagem também ajuda muito.

Em meu caso, sempre usei ironia com meus filhos desde cedo. Quando eles não entendiam, eu mostrava que estava querendo dizer o contrário do que eu disse e pedia que eles tentassem investigar como eles poderiam ter notado isso. Virava uma brincadeira de detetive e isso os ajudou a estarem atentos para essa forma de comunicação tão comum.

Autismo é causado por vacinas?

Estudos recentes indicam que o autismo é uma condição muito complexa cuja origem parece estar relacionada a combinações de diferentes de genes somada a influências ambientais. Entretanto, há duas décadas, o pesquisador Andrew Wakefield publicou um artigo em que ele levantou a hipótese de que a vacina tríplice viral causaria autismo. Essa afirmação alarmista foi refutada por diversos estudos e o próprio Andrew se retratou por erros metodológicos, chegando, inclusive, a perder sua licença de trabalho. No entanto essa ideia ainda permanece viva, tristemente levando diversas famílias a deixarem de vacinar seus filhos. ¹

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Fonte: Envato – sam741002

Toda pessoa autista exibe movimentos repetitivos como se balançar para frente e para trás?

O autismo pode se manifestar de diversas maneiras e em graus variados, por isso é praticamente impossível encontrar duas pessoas no espectro que apresentem exatamente as mesmas características, dificuldade e rol de comportamentos. Embora o movimento pendular seja algo comum, ele não é realizado por muitas pessoas no espectro.

Existem diversos outros comportamentos que também são comuns no autismo como, por exemplo, a dificuldade em se olhar nos olhos, a necessidade de alinhar objetos e o gosto pela observação de objetos giratórios que também podem não fazer parte da vida de muitos autistas. Aliás, é bem possível que pessoas neurotípicas realizem esses comportamentos sem que isso signifique que sejam autistas.

Autistas não conseguem olhar nos olhos?

É bem verdade que alguns autistas não conseguem olhar nos olhos mas isso não é verdade para todos e isso é algo muito importante de se saber já que essa crença pode atrasar o diagnóstico e, consequentemente, a intervenção necessária. Alguns conseguem olhar nos olhos porém não conseguem sustentar o olhar por muito tempo e outros não tem problema algum com isso.

O que aprendi com o tempo é que muitos autistas sentem desconforto em olhar nos olhos porque são muitas informações ao mesmo tempo para serem codificadas, gerando desconforto, ansiedade, confusão ou estresse. Muitos dizem que é mais fácil prestar atenção no que o interlocutor diz quando não olham para os olhos.

Os mitos do autismo super sincero

É muito comum ouvir que autistas não tem a capacidade de mentir devido à mente literal e lógica que possuem. Esse é mais uma informação que pode até ser verdadeira para algumas pessoas no espectro, mas não para todas. Assim, essa supersinceridade é um dos mitos do autismo.

Meu filho mesmo piscava mais devagar toda vez que contava uma mentira. Bastou eu falar isso para ele para que ele passasse a se policiar para não dar na cara quando mentia.

Em 2016 foi feito, inclusive, um estudo envolvendo um treino de crianças autistas para ensiná-las a falar mentiras socialmente aceitas como dizer que gostou daquela meia que ganhou de presente da tia. A conclusão do estudo indicou que as crianças conseguiram aprender direitinho e a generalizar o conhecimento para situações da vida. ²

Todas as pessoas com autismo têm QI abaixo da média?

Existem autistas super dotados, autistas com deficiência intelectual e tudo que existe aí no meio. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos publicou uma pesquisa que indicou eu cerca de 40% das pessoas no espectro possuem algum tipo de deficiência intelectual. Essa é uma quantidade grande se compararmos à população em geral, cujo percentual de indivíduos com deficiência intelectual é de aproximadamente 5%. ³

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Fonte: Envato – twenty20photos

O mito do autista gênio

É bem verdade que alguns autistas tem alguma habilidade excepcional, mas eles não são a maioria. Portanto, isso é mais um dos mitos do autismo. Cerca de 10% dos autistas tem o que é chamado de Síndrome de Savant, também conhecida como síndrome da genialidade. Essas pessoas normalmente tem o QI abaixo da média mas alguma capacidade muito acentuada em uma área específica como memória, cálculo, idiomas, pintura ou música, por exemplo. 4

Um dos exemplos mais famosos de Savant é o que foi retratado no filme Rain Man cuja inspiração foi Kim Peek, um norte americano que não conseguia abotoar os botões de  sua camisa mas decorava livros inteiros.

Autistas são todos iguais?

Não é a toa que se diz que o autismo é um espectro – isso significa que as características variam de pessoa para pessoa. Alguns podem ter dificuldade para desenvolver a fala e outros podem ser ótimos oradores.  Alguns podem desenhar muito bem e outros podem ter dificuldade em segurar corretamente um lápis. Cada autista é único exatamente como todas as outras pessoas do mundo.

Cura, um dos maiores mitos do autismo

O autismo não é uma doença e, sendo assim, não podemos falar em cura. Mas é compreensível que esse seja um dos mitos do autismo, pois se ancora na esperança de muitos pais e mães. É sim uma condição que acompanha o indivíduo durante toda a sua existência. Não quer dizer que os desafios serão sempre os mesmos, mas algumas dificuldades ou limitações sempre existirão.

Hoje em dia vemos cada vez autistas adultos se manifestando na internet e redes sociais, falando sobre suas vidas e dificuldades do dia a dia. Esse movimento é super importante para aumentar não só a conscientização sobre o autismo como também para difundir conhecimento sobre o autismo visto pelos olhos dos próprios autistas.

Autistas não verbais não entendem o que é dito para eles?

Hoje em dia temos diversas formas de comunicação alternativa e isso deu voz para diversas pessoas no espectro que não conseguem se comunicar verbalmente. Algumas delas tem blogs, sites e escreveram até livros. Tudo isso é muito importante porque deixou bem claro que mesmo parecendo ausentes e incapazes de compreender o que se passa a sua volta, muitos autistas não verbais ouvem e compreendem tudo.

Então, nada de falar como que a pessoa no espectro não estivesse presente, ok?

TEA é causado pelos pais? A origem de um dos mais antigos mitos do autismo

Na década de 1950, muito se falou sobre a “hipótese da mãe refrigeradora”, sugerindo que o autismo era causado por mães que não tinham calor emocional. Essa teoria foi um dos grandes mitos do autismo, mas já caiu por terra há muito tempo e ainda bem! Os pais não precisam de mais essa carga de culpa em suas costas. O que eles precisam é de uma rede de apoio presente que os auxilie a lidar com os desafios do dia a dia. 5

Na África existe um ditado popular que diz que é preciso uma vila inteira para criar uma criança e essa afirmação é mais verdadeira ainda quando se trata de uma criança com necessidades especiais e diferenciadas.

Mitos do autismo: um assunto sempre relevante

Existem muitos outros mitos rodando o mundo e falar sobre esse assunto não deve gerar mágoa ou revolta. Deve sim ser um ponto de apoio sobre o qual podemos educar as pessoas sobre o autismo, aumentando a conscientização e a aceitação.

Quais outros mitos do autismo você se lembra no momento? Qual impactou mais a sua vida?

* Este texto foi escrito por Cristiane Carvalho, a convite do Autismo Em Dia. Cristiane é mãe de autista e criadora do site TeraPlay, especializado na venda de produtos que auxiliam em terapias para autistas. 

Referências bibliográficas e a data de acesso:

1. El Pais Brasil – 09/07/2020

2. Boletim Behaviorista – 09/07/2020

3. Neuroconecta – 09/07/2020

4. NeuroSaber – 09/07/2020

5. Scielo – 09/07/2020

 

“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”

19 respostas para “Mitos do autismo: saiba o que é verdade e o que não é”

  1. Zenaide de Lima Eufrazio disse:

    Muito bom ter essas informações

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Zenaide, que bom que você gostou! Já deu uma passeadinha pelas outras matérias? Esperamos que você goste e volte mais vezes! Um abraço de toda equipe do Autismo em Dia!

  2. Marcos disse:

    Primeiro quero avisar aos que leem que assim como vários outros artigos, esse foi feito por uma pessoa que erra tb e está em aprendizado, assim algumas coisas são corretíssimas, outras n, outras mais ou menos, então não considere verdade absoluta, sobre autismo isso é muito importante. Então direi o que penso sobre o que eu n concordei, o restante eu concordei, logico.
    Sobre o “mito” do supersincero, eu penso que sim no geral podem considerar uma característica autista ser supersincero, claro que existem exceções, mas não a ponto disso ser considerado mito, eu por exemplo consigo mentir mal qd treino bem antes o assunto e repasso muito isso na cabeça, por exemplo uma situação que vai magoar alguém, as vezes consigo mentir, outras n, mas se alguém pergunta algo de surpresa ai não tem jeito ou é ser supersincero ou tentar mentir e se embaralhar todo no meio, prefiro ser sincero então.
    Sobre o “mito” do autista gênio, vc ignorou os autistas leves e ou de alto funcionamento, nesses alem de serem muito bons na área de superfoco tb conseguem ter um ótimo QI, já li em algum lugar ( sim são tantos artigos…) que cerca de 85% dos autistas leves tem QI superior, então não considero mito os autistas serem gênios.
    Já a cura junto com o mito da vacina não considero um dos maiores e sim os maiores mitos sem duvida.
    Já sobre autismo causado pelos pais, tb não considero mito, considero uma das possíveis causas, bem menor do que a genética e que só deve se concretizar se a genética já existir, por exemplo os pais juntos tem um filho que tem a genética quase completa pro filho ser autista, dai alem disso ignoram o filho, tratam mal, dão surras, humilham, etc, Sim acredito que isso possa fazer a genética do autismo aparecer em vez de ficar dormente, claro isso é minha opinião e foi baseada em artigos e estudos que li e na minha vida tb. Então resumindo na minha opinião só tratar mal, etc o filho n vai causar autismo, mas se tiver a genética do autismo dormente pode sim causar.
    No mais parabéns pelo artigo e continue estudando sempre e melhorando.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Marcos, obrigada pela sua mensagem! Concordamos com você no sentido de que todos nós estamos sujeitos ao erro, afinal de contas esse projeto é feito por pessoas. Em relação a parte que você discorda: nós acreditamos, assim como a autora que colaborou com esse artigo, que mito é tudo aquilo que tende à generalização. Por isso, do nosso ponto de vista dizer que “autistas são gênios” é um mito, já que – muito embora alguns realmente possam ser – a grande maioria tem um QI dentro da média, enquanto outros tem QI abaixo da média. Essa lógica se aplica em igual medida para a outra questão, ou seja, alguns autistas são supersinceros sim, mas muitos outros têm o traquejo social para se esquivar de respostas que possam ser um pouco desconfortáveis para quem ouve. Bem, sobre a questão da influência da mãe e pai como causadores do autismo, não existem estudos científicos que apontem para as hipóteses que você sinalizou, mas temos certeza que a agressividade e violência parental certamente poderão agravar as dificuldades da pessoa com TEA ou mesmo impedir seu pleno desenvolvimento.
      Obrigada pela saudável discussão! Esperamos que volte outras vezes =)

  3. Jussara Bassi disse:

    O que entendi é que cada autista é único. Com algumas dificuldades peculiares. Que suas grandes habilidades também são peculiares. Têm sim alguns comportamentos em comum, de autista para autista. Devem ser atendidos por especialistas, em sua individualidade.

    • Autismo em Dia disse:

      Perfeita conclusão Jussara. É exatamente isso. Ficamos contentes que tenha chegado até aqui e esperamos que volte outras vezes. Um abraço!

  4. maria helena de oliveira disse:

    muito obrigada por desmistificar o lance de autista “sempre fala a verdade”, pois estou em uma contestação de guarda de meu irmão autista, pelo meu irmão mais velho, que está unicamente interessado em administrar a pensão que meu irmão autista recebe e assim não precisar trabalhar. este meu irmão mais velho praticou alienação parental contra mim, inventando falsas acusações de agressões de minha parte, repetidas pelo meu irmão autista.

    • Autismo em Dia disse:

      Sentimos muito que esteja passando por isso Maria. Esperamos que consiga a guarda do sue irmão. Volte para nos contar as novidades. Um abraço corajoso 🙂

  5. Maria Luiza Saraiva Franco disse:

    amei a publicação, tenho dois netos autistas leve, super inteligente.

  6. Ema disse:

    Bom dia.
    Queria saber meus direitos como filha .
    Pois descobri aos 43 anos depois de ter sido jogada no mundo como pessoa normal e descobri que meus pais me esconderam a vida inteira que eu era autista.
    Todos ao meu redor sabiam mas me.ocultaram quase custando minha vida e só estou viva por um milagre de Deus.

    Queria saber a opiniao de vcs como devo agir.
    Porque preciso testemunhar a verdade mas nao qiero desonrar pai e mae.
    Me ajudem.
    Sofri a vida inteira tentei me matar de inumeras formas mas Deus nao permitiu.
    E agora essa bomba…quando fiquei patinando na OAB…..PRECISO SER JUSTA MAS NAO QUERO EXPOR QUE ELES FAZIAM SEXO NA MINHA FRENTE, INCESTO , ME ACUSARAM INJUSTAMENTE SEM EU TER FEITO INUMERAS VEZES E TENTARAM ME VENDER COM 19 ANOS PARA UM FAZENDEIRO MULTIMILLIONARIO E EU NAO QUIS.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Ema, puxa vida, sentimos que tenha passado por tudo isso =( São muitas questões complexas e que envolvem muitos sentimentos. Aconselhamos você a procurar apoio terapêutico com um psicólogo comportamental, esse profissional poderá te oferecer uma escuta de qualidade e orientá-la para que encontre estratégias para lidar com essa dor. Esperamos que sinta-se acolhida e abraçada por todos nós. Ficamos admirados com a sua coragem e força e desejamos que a vida possa ser mais leve para ti. Um abraço carinhoso ?

  7. Sandra Duran disse:

    Gostei muito e tirei várias dúvidas…

  8. Lucas disse:

    Olá!

    Gostei do texto, e achei interessantes as partes onde você diz que mesmo neurotípicos pode ter tais características.

    Porém, se até neurotípicos podem ter essas questões de comportamento, o que realmente vai ser decisivo para diagnosticar alguém com TEA leve, uma vez que até os profissionais discordam entre si em relação a certos pontos da teoria?

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Lucas!
      O autismo de nível 1 costuma ser mais difícil de diagnosticar, por isso, é muito comum que os neurologistas ou psiquiatras solicitem uma avaliação neuropsicológica. Nela, o profissional aplica uma bateria de testes divididos em algumas sessões, e o resultado desses testes podem apontar para diversos diagnósticos, como o autismo, TDAH, entre outros. Esses resultados são devolvidos para o médico que avalia se fecha um diagnóstico ou não. É uma boa forma de saber se é autismo ou não quando existe dificuldade em identificar isso.
      Obrigado por deixar seu comentário. Um abraço.

  9. Kaio Robson disse:

    Eu tenho 20 anos, estou muito preocupado com a descoberta de comportamentos que antes passavam despercebidos por mim. Desde que comecei a ler conteúdos de autismo sinto como se estivesse me encaixando em algum lugar, tem tanta coisa confusa na minha mente que fazem sentido nesse tipo de conteúdo… eu queria ter certeza do que sou quanto ao espectro, será que pertenço a grande diversidade de autistas? Sinto que minha vida seria mais fácil se tivesse essa resposta, assim me cobraria menos. Um detalhe marcante é que escrevo bem, falo bem na maior parte do tempo, mas tenho uma super vontade de alinhar tudo o que vejo pelo frente, certas frequências de som me incomodam, mas escuto música normalmente e minha aptidão por arte é enorme! Eu analiso a emoção das pessoas por padrões, preciso saber que padrão de expressão ela faz pra entender o que ela está sentindo, fico extremamente frustrado diante de alguém inexpressivo. Há tantas dúvidas na minha cabeça… não sei o que fazer.

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Kaio! De fato, o diagnóstico na vida adulta é muito importante e pode trazer muitos esclarecimentos. O melhor a se fazer é buscar atendimento com um neurologista ou neuropsicólogo especializado em autismo em adultos. Uma avaliação neuropsicológica é uma ótima maneira de dar o primeiro passo.
      Esperamos que encontre as respostas que procura.
      Um abraço!

  10. Francisca disse:

    boa tarde estou com problema com meu filho ele não gosta de zuada e quando levo ele pra igreja ele chora e fica com a mão nos ouvidos

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Francisca. Você percebe outros sinais? Teria que ver o que pode ser essa manifestação de sensibilidade auditiva… 💙

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