Autismo leve em adultos: o problema da invisibilidade


Postado por Autismo em Dia em 04/ago/2021 - 25 Comentários

O autismo na sociedade, do leve ao severo, ainda é um assunto muito novo. E, quase sempre, o foco são as crianças. Porém, hoje vamos falar da questão do autismo leve em adultos através do ponto de vista da Vânia Felix. A carioca de 32 anos recebeu o diagnóstico tardiamente e, com isso, começou a se dar conta do quanto o autista na fase adulta tem, de fato, sua condição anulada por outras pessoas.

Ela, que é esteticista e estudante de biomedicina, conversou com a gente sobre vários assuntos. Vânia nos contou como foi sua infância, sua adolescência, assim como sua atual fase adulta. O autismo, para ela, nunca foi algo fácil de lidar e, muitas vezes, a deixou vulnerável e se sentindo incompreendida. O fato de descobrir o autismo tão tarde deixou marcas que ela carrega até hoje.

Apesar de tudo isso, ela deu jeito: estudou, encontrou seu espaço no mercado de trabalho, casou duas vezes e teve uma filha. Quer saber como foi esta trajetória? Acompanhe com a gente.

autismo leve em adultos - Vania Felix entrevista

Fonte: Arquivo pessoal cedido por Vânia Felix

Índice

A menina cresce

“Eu só comecei ler aos 10 anos”, conta Vânia sobre algumas coisas que a faziam ser “a garota estranha” durante a infância e a adolescência. A tal da estranheza também incluía casos de enurese noturna. E é assim que todos a viam, mas, naquela época, ninguém ao redor de Vânia suspeitavam do autismo.

A suposta estranheza vinha também do fato de ela não ficar muito à vontade com o contato humano. Beijar, abraçar, fazer amizades e olhar nos olhos não faziam parte do seu comportamento. Além disso, como ela nos contou, de vez em quando aconteciam episódios de raiva.

Foram anos de uma vida reclusa e incompreendida até que a irmã de Vânia começou a estudar psicologia. Assim, a irmã se deu conta de que Vânia provavelmente se encaixaria no transtorno do espectro autista. Logo, ela recomendou que Vânia fosse avaliada por uma equipe de profissionais.

“Quando ela disse isso eu fiquei com raiva. Eu tinha uma visão totalmente estereotipada do que era o autismo. Pensava que só existia o autismo severo. Por isso, relutei muito em procurar um especialista. Mas então conversei com meu marido e ele disse que, se era pra eu ter uma vida melhor, que eu fosse”, conta Vânia.

E, de fato, Vânia relata que, depois do diagnóstico, ganhou qualidade de vida. Tudo graças às terapias e medicamentos aos quais se submeteu.

O apoio da família

Caçula de 5 irmãos, Vânia conta que sempre teve suas dificuldades muito protegidas pelos irmãos. Eles sempre buscaram ajudá-la, por exemplo, no aprendizado, já que o modelo convencional de ensino que ela frequentava nem sempre funcionava.

“Eu nunca aprendi igual às outras crianças da escola. Eu inventava minhas próprias maneiras de aprender. Quando eu não conseguia, eu repetia a série. A leitura, por exemplo, foi e é um desafio para mim até hoje. Eu tenho uma leitura péssima e uma memorização que precisa ser adaptada”, conta.

Vânia afirma, ainda, que seus irmãos a protegeram até mesmo do preconceito e a ajudaram a construir relações saudáveis, apesar das dificuldades.

“Na hora de brincar, meus irmãos sentavam comigo. Se alguém implicava comigo, eles iam lá me defender. Eu tive uma base grande de amparo. Eu comecei a perceber mais as diferenças em relação ao aprendizado. Lembro que minha mãe chegou a me dar água de chuva porque diziam que ajudava a criança a falar mais rápido. E eu, naquela época, já estava com idade avançando e não falava nada. Como eu não era autista de grau severo, cresci achando que não tinha nada de diferente comigo”, diz.

Entrevista com autista

Fonte: Arquivo pessoal cedido por Vânia Felix

Adaptação

Trabalhar, casar, fazer amigos, ter um filho. O que, para muitas pessoas – principalmente as neurotípicas – parece algo natural, para Vânia, que é adulta e tem autismo leve, tudo isso exige muito esforço. Principalmente na relação com a filha e com o marido.

“Eu tenho sentimentos, mas nem tudo eu consigo demonstrar. O que acaba sendo estranho para a minha filha. Ela hoje tem 9 anos e já entende um pouquinho mais da minha situação. Mas eu tento, todos os dias, dar o meu melhor para demonstrar que eu estou ali, que eu estou me relacionando como mãe. Ela mesmo fala que às vezes parece que eu não ligo para ela, que eu sou estranha.

Mas é que eu sou assim. Não sou de amores, de abraços e, portanto, não gosto que as pessoas me toquem. Me dá uma agonia como se eu estivesse sufocada. Mas por mais que seja algo difícil para mim, eu sabia que tinha que me esforçar para não parecer que eu não sinto nada.

Meu convívio é basicamente com duas amigas e a minha família. Essa coisa de longos papos olhando as pessoas nos olhos, eu não consigo. É como se a pessoa estivesse me olhando nua.”

Sobre relacionamentos amorosos

Vânia enxerga que sua condição de autista no ponto de vista dos relacionamentos amorosos é facilitada pelo fato de ser mulher.

“Eu tive outros namorados antes de eu me casar a primeira vez. Mas por eu ser mulher, é mais fácil. É cultural que os homens cheguem para conversar. E eu não precisava fazer nada, só consentir. E foi sempre assim comigo. O primeiro casamento não deu certo porque eu era muito difícil. Por isso, decidimos nos separar. Mas em seguida eu já conheci meu atual marido que entendeu que eu era ‘estranha’, mas era legal.

É uma situação difícil, mas já estamos juntos há 14 anos. No início quase nos separamos, ele achava que eu não gostava dele. Questionava porque eu não demonstrava e eu não sabia explicar. Todo mundo se adaptou ao fato de eu ser muito prática nos momentos que exigiriam um pouco mais de intimidade, carinhos, beijos e outras coisas“.

amor no espectro - netflix

Imagem da série “Amor no Espectro”, da Netflix, que retratou os desafios reais de jovens autistas em busca do amor.

Autismo leve em adultos: um recorte social invisível

Vários estudos já relacionaram um alto índice de depressão, ansiedade e síndrome do pânico em autistas. Em especial, adultos cujo diagnóstico seja leve. Em resumo, podemos afirmar que esta é uma condição onde o indivíduo autista tem consciência maior de suas limitações e vive a frustração à flor da pele. ¹

Vânia é uma dessas pessoas. Atualmente, ela não tem nenhum transtorno mental associado ao autismo, mas se posiciona totalmente contra a ideia de invisibilidade pelo qual o autista adulto passa.

Explicando mais claramente como isso acontece, podemos citar algo recente que aconteceu com Vânia na faculdade.

Ela precisava preencher um formulário importante e, por não entender o que uma das perguntas significava, errou a resposta. Ao pedir na administração do local um recurso para refazer, argumentou de todas as formas possíveis. Vânia enviou até laudos médicos.

A faculdade só respondeu depois do fim do prazo, inviabilizando o que era para ser feito. O que mais marcou Vânia foi que eles alegaram que se ela teve dificuldade, que tivesse pedido ajuda.

“Eu pedi ajuda, mas não fui ouvida. Precisei expor minha condição, que é algo que eu nem gosto de fazer porque as pessoas me olham e pensam “ahn?”. O e-mail da faculdade foi extremamente constrangedor e humilhante. É por isso que eu penso que, em algumas situações, é melhor a gente mascarar, é melhor pedir pro médico trocar a medicação. Pra gente tentar seguir normal. A sensação de impotência é muito grande“.

O autista adulto e o mundo

“Acho que a maior dificuldade que nós temos”, continua Vânia, “é com relação à nossa aparência física e o mundo. Por mais que a gente se esforce, por mais que a gente se dedique, a conta não fecha e nunca vai fechar. Para o mundo, como o autismo leve em adultos é o que menos aparenta, significa que você não tem dificuldades.

Eu fico muito frustrada quando eu tento alguma coisa e eu não consigo. Como se eu nadasse muito pra chegar no final do oceano, mas eu sei que nunca vou chegar. E as pessoas cobram que a gente aja com normalidade. É como se a gente recebesse uma sentença de fracasso.

A questão do trabalho e da faculdade são, ainda, outro desafio. Você está numa sala de aula com pessoas inteligentes, descoladas, que sabem fazer. Você se sente inferiorizado só pelo fato de estar ali, de saber que não é igual. Todo dia é uma dificuldade para levantar da cama. Eu tenho que demonstrar e fazer coisas que eu não sei demonstrar ou fazer.

Me lembro de quando me mudei de casa, por exemplo. Eu fiquei umas 5 horas olhando para aquela bagunça sem conseguir colocar um livro em cima da mesa porque parecia que aquela bagunça não era minha. Até que minha irmã chegou e disse ‘senta, calma, eu vou te ajudar’.

Mas, no geral, as pessoas não entendem a gente. Falam e fazem coisas que machucam. Por isso, nem todo mundo na minha família sabe da minha condição. É muito mais fácil dizer que você não vai em uma festa por qualquer desculpa do que ter que explicar a verdade“, conclui.

Autismo leve, em adultos ou não, é apenas uma das formas de autismo

A história da Vânia e os depoimentos que ela nos deu certamente vão ajudar muitas pessoas a olharem com mais empatia para quem sofre de transtornos invisíveis. Mas, aqui, você conheceu a Vânia. Nenhum autista é 100% igual ao outro e cada um vive o espectro de uma forma diferente.

Aqui no Autismo em Dia estamos abertos a todas as histórias e experiências. Por isso, se você tem uma história com o autismo e gostaria de ser um dos nossos próximos proTEAgonistas, entre em contato com a gente pelas nossas redes sociais, Instagram ou Facebook.

E uma última dica: há pouco tempo, fizemos uma live lá no nosso canal do Youtube com a participação de vários autistas adultos com autismo leve. O bate-papo está imperdível. Assista clicando aqui.

Agradecemos a sua leitura e esperamos te ver em breve novamente!

Referência bibliográfica e a data de acesso:

1. Spectrum News – 17/07/2021

 

“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”

25 respostas para “Autismo leve em adultos: o problema da invisibilidade”

  1. Daise Araujo disse:

    Quase chorei ao ler esse relato! Me vi na mesma situação conflitante de não dar conta de ser igual a todos. Ter filhos foi muito árduo pq tive q dar o q não conseguia…beijos, abraços, carinho.
    Uma vez meu irmão disse q eu parecia ter o coração no pé e me feriu muito. Não sinto saudades, não gosto de abraços mas hj permito q me abracem por apenas 5 seg rs e quem me conhece já sabe e conta kkkk
    Vi q preciso de ajuda pq sempre me senti com o coração vazio e sem sentimentos normais a todos .

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Daise. Imagino o quão desafiante deva ser lidar com esse sentimento e as vezes não se sentir tão compreendida. Que bom você se permitir ser abraçada pelo tempo que se sente bem, afinal o abraço é uma forma de acolhimento e é importante você dizer para as pessoas até onde te faz bem o contato físico ?. Sobre sentir que precisa de ajuda, você pode começar buscando um psicólogo da abordagem comportamental, através dessa ajuda você vai conseguir lidar cada vez melhor com suas emoções. Obrigada por compartilhar conosco um pouco da sua história, estamos sempre por aqui!?

  2. Michele disse:

    Boa noite! Você teria o nome de um profissional aqui em Brasília que trabalha com avaliação de autismo adulto,ou mesmo no seu Estado! Eu já procurei e fico perdida,a internet e tão ampla,e me identifico com essas características e meu sobrinho do diagnóstico com autismo recentemente. .

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Michele, nós não temos uma lista de profissionais, mas podemos te orientar em relação ao perfil mais adequado, que seria um psicólogo comportamental especialista em TEA. Um abraço corajoso.

  3. Cláudia disse:

    Antes de mais OBRIGADA POR EXISTIREM.
    SOU PORTUGUESA E ESTOU EM PORTUGAL.
    UMA pessoa dita normal é má por natureza.
    Não é normal ter boa índole.
    O Asperger é um ser humano que nasce incapaz de fazer de provocar dor ou estrago nem vontade para o fazer.
    O meu filho de 16 anos é autista TEA leve funcional.
    Um amor de menino incapaz de magoar física ou verbalmente algum ser vivo e até mesmo estragar objectos, mas sofre muito na escola com colegas ditos normais. Os que podem ter mau carácter, má índole, maldosos malvados, cruéis… O que nunca vi o meu filho autista ser.
    Tenho muito orgulho no meu filho.
    Um verdadeiro SER HUMANO.

  4. Lilian disse:

    Eu descubri o autismo a pouco tempo eu tivi poucoz sintomas …meu grau e leve no entando minha vida adulto se trnsformou um frustração atras da outra ….
    Entendee que eu sou autista me deixa mas leve ma sn menos frustrada . as vezes eu esqueço que tal dificuldade e pelo autis o quando lembro isso me deixa muito triste

  5. Silvia Vieira disse:

    Olá! Recebemos o diagnóstico de autismo leve para meu filho de 28 anos, qual profissional e exames podemos fazer para ajudá-lo e ter um diagnóstico definitivo e preciso?
    Sinto-me perdida, culpada e quero entender e ajudá-lo. Realmente é bem leve (se for), ele se encaixa sim alguns sintomas e gostaríamos de um diagnóstico.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Silvia, lamentamos que se sinta culpada, mas esperamos que você saiba que isso é só um sentimento e não a verdade. Um psicólogo comportamental especialista em TEA pode ajudar. Um abraço corajoso.

  6. ibraim sued disse:

    Muito bem dito, Cláudia

  7. Franciane disse:

    Oi, eu descobri que meu esposo é autista depois de 21 anos de casada, atraves do laudo do meu filho que tambem tem TEA 1. Descobri há 4 dias . Nosso casamento sempre foi muito dificil e ainda nao sei como lidar com o meu esposo. Acho que as crianças sao mais fáceis porque vamos aprendendo desde o ventre e o relacionamento vai se formando . É muito sofrido pra nós que convivemos com o TEA adulto , nao estou sabendo como agir, principalmente por que meu esposo nao quer tratamento… e me sinto muito cansada com os ataques de raiva , a falta de socializacao ( sou muito social )e isso me machuca muito por que me sinto extremamente sem vida . Gostaria tanto de amenizar todos esses sentimentos na vida do meu esposo , mas estou tao desgastada que nao consigo ver um caminho …

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Franciane. Imaginamos sua angústia sobre o seu esposo não aceitar o diagnóstico, as vezes pode ser uma etapa do processo de aceitação e daí vir a busca por tratamento com profissionais da área. Enquanto ele não consegue ir em busca das terapias, continue lendo nossos textos e materiais de apoio, sabemos que não é fácil lidar com todas as mudanças que a chegada do diagnóstico traz. Vamos deixar pra você dois links que podem ser um norte nesse momento, esperamos de coração que te ajude, e continue nos acompanhando. Um forte abraço!
      Esse é um guia para a família de autistas: https://materiais.autismoemdia.com.br/cartilha-autismo
      E esse é um e-book que pode ajudar nessa parte de compreender o momento do seu esposo e como você pode ir lidando: https://materiais.autismoemdia.com.br/sinais-de-autismo
      ?

  8. José disse:

    Como fazer um diagnostico em uma pessoa adulta, se a mesma já passou por duas psicologa e nada foi identificado? E lendo os seus relatos percebi algo que essa pessoa tem alguns sintomas com o autismo leve

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, José. Nem sempre os profissionais estão habilitados para fazer avaliação do TEA. Portanto, pode ser importante ir numa consulta com um médico neurologista ou psiquiatra especialistas em TEA. Mas para te apoiar nessa questão de ter percebido alguns sinais de autismo em outra pessoa, deixo o link pra você baixar nosso e-book que fala sobre como apoiar alguém com sinais de autismo, sendo você uma pessoa próxima ou conhecida de alguém. Esperamos que ajude e torcemos pra que dê certo a sua tentativa de orientar a pessoa.https://materiais.autismoemdia.com.br/sinais-de-autismo

      ?

  9. Jéssica Monteiro disse:

    Muito importante esse relato. Recebi meu diagnóstico há dois meses com 30 anos de idade e desde então tenho tentado conviver com essa nova realidade, apesar da suspeita que me levou a procurar ajuda de especialistas já existia há cinco anos.
    Também sofri muito na infância, principalmente com relação a interação social. Hoje consigo socializar mais facilmente do que quando criança, mas ainda tenho muita dificuldade de me comunicar, de conhecer pessoas novas. Ambientes de trabalho sempre me causam muito estresse, pois tenho dificuldade de entender comandos que não são bem especificados, de pedir ajuda quando preciso, por ser muito literal e outras coisas.
    Sempre sobrevivi ao mundo e às pessoas neurotípicas imitando padrões dos espaços e do comportamento das pessoas, mascarando minhas características e por isso desenvolvi ansiedade e depressão. Tenho buscado muita informação em espaços como esse site, conhecendo a história de pessoas como eu e tentando entender quem de fato sou, já que passei a vida toda agindo conforme precisava agir.

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Jéssica! Ficamos muito felizes por saber que nosso artigo ajudou você de alguma forma! Um abraço. 💙

  10. Maria beatriz Bastos balbe disse:

    há pouco tempo comecei a namorar um homem que,encurtando a estória me disse ter síndrome de arpeger -agora autismo leve, nível 1. só acho estranho pq ele não demonstra nenhum sintoma,achei que todos tinham os mais comuns. Ele viaja, trabalha, abraça, beija, a única coisa mais diferente é que ele não fala mto. o irmão cuida mto dele, qdo sai p jantar c o irmão e amigos do irmão, o restaurante é mais calmo, e lá tbm ele não fala,mas participa dos assuntos,prestando atenção

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Maria Beatriz! Os sintomas variam muito de pessoa para pessoa, então um autista não precisa necessariamente ter todos os sinais clássicos. Esperamos ter ajudado. Um abraço.

  11. Carla Adriana Oliveira Mendonça disse:

    li a matéria achei importantíssima sempre achei que tenho algum gral pois gosto muito de ficar isolada em casa embora trabalho e tenho convívio com pessoas todos os dias me sinto diferente tenho dificuldade para aprender parece que não entra na cabeça o que tá sendo explicado tenho crise de ansiedade já tive muita dificuldade pra dormir tomei remédio controlado uns anos pra dormir nesse ano tive muita crise de ansiedade ate converso com as pessoas mas quando a pessoa vai embora fico me sentindo estranha não gosto de receber visitas se recebo tenho que fazer um ritual de adaptação saber que a pessoa vai e tudo tem que estar bem em ordem pra mim não ficar na neura dos pensamentos quando a pessoa vai embora há sei lá não consigo explicar o que sinto isso e o que mais me incomoda sempre me senti muito diferente e me sinto até hoje assim impotente e as pessoas confundem minhas dificuldade com preguiça isso doe demais tenho muita curiosidade de saber se realmente sou e qual grau sou sou bem rui de lida estou aprendendo com meu atual esposo que e uma pessoa maravilhosa até acordar estou acordando mais animada agora antes eu acordava muito irritada e isso gostaria muito de ajuda pois tem dias que tudo isso e tão difícil parece que fica tudo escuro só quem sente e que sabe o que tentar ser normal quando as dificuldade aparece e vc tem que disfarçar e tirar forças da onde não tem pra demonstrar que vc e normal quando o meu inconciente tá gritando gemendo em cilencio por que até pra se expressar falta argumentos Enfim me sinto diferente das outra pessoas poriso entrei aqui pra escrever OBRIGADA Pelo espaço …..

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Carla! Indicamos procurar atendimento com um neurologista ou neuropsicólogo especializado em autismo.
      Esperamos que encontre as respostas que procura. Um abraço! 💙

  12. Nataniele Leal disse:

    Obrigada pelo exemplar conteúdo e por todo trabalho e desenvolvimento de vocês. É graças à profissionais como vocês, que eu finalmente consigo me compreender e por fim me entender melhor. Obrigada 🙏

  13. Ciane disse:

    Meu irmão (43 anos, solteiro) tem muitas caracteristas do autismo leve. Mas ele se recusa a ir atrás de um psiquiatra que de fato faça o diagnóstico. Como ajudar quem ainda não vê que precisa de ajuda?

    Obs: todos que o conhecem sabem que tem algo bem errado com ele.

    Tem seletividade alimentar, não é sociável, não cai a ficha sobre a situação grave da saúde dos meus pais, ainda acha que meus pais tem saúde para cuidar dele e deixar tudo do jeito qe ele gosta. É sem noção total, não se toca que precisa ajudar quem tanto o ajuda quando né necessário. Acha normal as pessoas fazerem o impossível para ajudá-lo para acha um absurdo e super se incomoda se as mesmas pessoas pedem pequenos favores que alteram pouco sua rotina.

    Como ajudar uma pessoa assim?

  14. jhennyfer disse:

    Tenho sofrido cada vez mais. quando somos novas até pensamos que há um tempo para o processo ocorrer, mas agora com 28 anos vejo que nunca vou mudar. tudo é igualmente dificuldade e desconfortável. me sinto cada vez pior, nenhuma terapia ajuda, porque socializar não é natural pra mim. tive diagnóstico de autismo mas sinceramente depois de um tempo não vi mais benefício em saber. as pessoas invalidam, ninguém adapta nada, é tudo muito abstrato. não é como “por uma rampa para o cadeirante”, que é uma necessidade concreta, digamos assim para exemplificar. não sei dizer o que preciso. sei que meu dia é angustiante e desconfortável. todo dia há muitos anos. e quando você fica mais velha piora. não tem como não ter depressão e não tem como querer continuar.

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, Jhennyfer… entendo que às vezes o desânimo venha, isso acontece. Mas você não está sozinha, por favor, busque ajuda psicológica e não pare de acompanhar o Autismo em Dia. Estaremos sempre por aqui, um forte abraço. 💙

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