Pai descobre autismo graças ao diagnóstico do filho

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Postado por Autismo em Dia em 04/out/2021 - 2 Comentários

O #proTEA de hoje será um pouco diferente do formato que geralmente aparece por aqui. Isso porque entrevistamos duas pessoas: Gilvan Rangel, fotografo de moda e psicanalista, e Samara Donato, artesã e empreendedora. Eles são os pais de Leon, um menino autista de três anos, e moram em Campina Grande, Paraíba. Mas não é só o fato de termos entrevistado duas pessoas, e não uma como de costume, que torna essa história diferente. Gilvan, marido de Samara e pai de Leon, descobriu estar dentro do transtorno do espectro do autismo graças ao diagnóstico do filho.

Ficou curioso para saber mais sobre a história dessa família? Então continue a leitura!

Como tudo começou

A mãe de Leon conta que notou algo de diferente no filho quando ele tinha seis meses de vida. O menino tem uma prima alguns meses mais nova e o primeiro sinal surgiu quando eles levaram o filho para uma festa de “mesversário” da menina. Leon não suportava estar no meio de muita gente, chorava muito, até ir embora.

“Além disso, de acordo com o crescimento dela, eu comparava com o desenvolvimento dele e via atrasos. A pediatra que acompanhava ele confirmava esses atrasos, como: de fala, apontar, pinçar… No entanto, ela sempre dizia que era no tempo dele. Ela até chegou a sugerir que poderíamos levá-lo ao neurologista, mas nem passou pela nossa cabeça que poderia ser algo a mais, por isso acabamos não fazendo isso na época. Quando ele começou a andar, começaram a aparecer as estereotipias, como correr de um lado para o outro em um mesmo local, por exemplo.” – conta Samara.

O outro sinal de alerta foi o surgimento da seletividade alimentar no garoto. Samara conta que o menino comia de tudo, mas quando completou 1 ano e 8 meses, começou a ter dificuldades alimentares:

“O Leon parou de comer de tudo do nada, e eu não sabia o que fazer. Foi ai que o Gilvan entrou dando uma luz, pois ele também tem seletividade alimentar.”

Descobrindo o autismo

Ciente dos atrasos no desenvolvimento do filho e dos outros sinais como as dificuldades sociais e alimentares, os pais começaram a buscar respostas. O pai de Leon faz faculdade de psicologia, então fazer pesquisas já fazia parte do dia a dia dele. Foi através dessas pesquisas que eles começaram a desconfiar que Leon era autista. Além disso, a mãe do garoto tem uma amiga que é fonoaudióloga, e essa profissional também suspeitava que fosse autismo.

“Sem condições financeiras, buscamos o CAPS da nossa região. Apesar de estarmos convencidos de que era autismo, queríamos uma resposta mais concreta. Antes de tudo, ele iria ser acompanhado por uma equipe e só depois passaria para a neurologia. Mas com a chegada da pandemia, não foi possível começar.

Quando percebemos que não dava mais pra esperar a pandemia passar, procuramos atendimento pra ele novamente. Conseguimos levar ele ao neurologista e, diferente do que acontece em muitos casos, o diagnóstico foi bem rápido.” – Conta a mãe.

O diagnóstico inesperado

Apesar de estarem preparados para o diagnóstico do filho, algo pegou a família de surpresa: a neurologista que diagnosticou Leon orientou que Gilvan passasse por algumas avaliações, pois desconfiava que ele também estivesse no espectro. Veja o que Gilvan conta sobre esse acontecimento:

“Nós não desconfiamos que eu pudesse ser autista em nenhum momento antes disso. Eu já tinha um diagnóstico, que é de TDAH, mas nunca tinha feito ligação com o autismo. Quando a neuropediatra diagnosticou meu filho, ela começou a perceber algumas características minhas enquanto eu conversava com ela. Realmente, haviam muitas coisas que o Leon tem e que eu já tive, como andar na ponta dos pés, a seletividade alimentar, etc. Inclusive, eu tenho um encurtamento dos tendões por andar na ponta dos pés quando pequeno. Mas realmente foi uma surpresa, porque mesmo estando ciente dos sinais do Leon, nenhum de nós tinha feito essa conexão. Seguindo a orientação da neurologista, eu passei por vários profissionais e então tive o diagnóstico de autismo.”

A importância dessa descoberta

Gilvan reforça a importância do diagnóstico. Ele conta que sua saúde mental, qualidade de vida e relações interpessoais melhoraram significativamente depois disso:

“Esse diagnóstico, para mim, foi libertador. Eu tirei um peso da consciência, digamos assim. Isso porque eu passei a vida inteira me achando estranho, mas ao mesmo tempo fazendo tudo que as pessoas típicas fazem. Eu sabia que eu tinha uma mente diferente, que eu pensava diferente, mas achava que era só o meu jeito. Algumas pessoas também notavam essas diferenças, mas acreditavam ser só meu gênio.

Com o diagnóstico eu consegui me compreender melhor e esclareci vários questionamentos que tinha na vida. Minha esposa também passou a me compreender melhor, e acredito que minha família também. É claro que para alguns é um pouco difícil de entenderem e aceitarem que existe diagnóstico na vida adulta, que a pessoa mascara o autismo a vida inteira. Quando se fala em autismo, as pessoas só lembram das crianças, mas essas crianças crescem e o autismo continua.”

Samara também considera o diagnóstico do marido como muito importante para o relacionamento dos dois:

“O diagnóstico do Gil também foi inesperado e muito importante para mim. De fato, foi muito esclarecedor para o nosso relacionamento. Eu tive muitas respostas quanto aos comportamentos e pensamentos dele. Passei a compreender melhor vários pontos que não eram muito claros para mim.”

Um pouco mais sobre Leon

Os pais contam que Leon é um menino esperto. Adora música, e está sempre interessado em tocar um teclado que ganhou do tio. Além disso, ele tem uma coordenação motora e equilíbrio ótimos, mas não é aventureiro, pois não gosta de nada que fuja do seu controle. A mãe do menino conta que ele sempre teve grande interesse em atividades pedagógicas:

“Ele sempre assistiu muitas coisas em inglês e, ainda que não verbalize, demonstrava compreender bastante. Com os atrasos dele, antes mesmo do diagnóstico, fomos introduzindo atividades como tabuleiros de encaixe com números, alfabeto, animais e formas. Fomos pedindo os números e ele ia dando… misturei com inglês e ele sabia. Ele gosta muito de realizar esse tipo de atividade.”

As terapias que ele frequenta

O menino faz diversos tratamentos: terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, psicomotricidade e os pais estão em busca de uma psicopedagoga. Samara conta que a TO está introduzindo a terapia alimentar. Além disso, segundo a mãe, com o progresso na fonoaudióloga o menino está olhando mais nos olhos e aprendendo PECS.

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Gilvan e Samara são ativos nas redes sociais, então, conheça e siga os perfis deles no Instagram:

@oficialsamaradonato

No Instagram de Samara, ela compartilha detalhes sobre o dia a dia de Leon e o progresso nas atividades pedagógicas do menino. Confira!

@glvnjr

É o perfil pessoal de Gilvan, onde ele compartilha momentos em família e também detalhes sobre sua profissão enquanto psicanalista, além de falar sobre autismo. Acesse clicando aqui.

@adultoautista

Nesse perfil, Gilvan compartilha reflexões sobre frases ditas para autistas e seus pais e os problemas por trás dessas falas. Vale a pena conferir! Acesse e siga.

@gilvanrangel

É o perfil de Gilvan focado em seu trabalho como fotografo. Se você curte fotografia e moda, siga agora mesmo!

@geekleviosa

Esse é o perfil da loja do casal. Eles atuam no comércio virtual e tem produtos muito legais para quem curte a cultura geek. Não deixe de conferir!

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Esses foram os #proTEAgonistas da vez: Gilvan, um pai que descobriu o autismo através do filho, e Leon, o pequeno que deu início a essa jornada de auto conhecimento tão importante para seu pai. Gostou de conhecer a história deles? Então os acompanhe nas redes sociais que deixamos ali em cima e deixe um comentário aqui embaixo.

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