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Postado por Autismo em Dia em 13/jan/2022 - 16 Comentários
A sensibilidade sensorial de alguém com autismo pode ser bem diferente se comparada com o processamento sensorial de um neurotípico. Não é incomum que muitas vezes o primeiro sinal de autismo se apresenta com a dificuldade de um bebê em estar em locais movimentados e diferentes: muito barulho, luzes ou cheiros fortes ou estímulos táteis que causam desconforto podem arruinar completamente o dia deles.
Em contrapartida, existem aqueles que, no lugar de sofrerem com a intensidade de estímulos, são menos sensíveis a eles, ou ainda, que têm uma combinação das duas coisas. Muitas vezes, isso também é um problema. Isso porque é comum que nesses casos haja menos sensibilidade à dor, dificultando o tratamento de alguns problemas como machucados, por exemplo. Além disso, pode ser mais difícil para o autista identificar se está com sede, fome ou satisfeito, podendo levar ao sobrepeso, desnutrição ou desidratação.
De fato, para muitos autistas, o mundo pode ser um lugar opressor. Mas com os apoios adequados, o impacto dessas dificuldades de processamento sensorial na saúde mental e no bem-estar pode ser reduzido significativamente. Vamos falar mais sobre a sensibilidade sensorial no autismo e como ajudar alguém que passa por isso? Continue a leitura!
Índice
Para a maior parte das pessoas com autismo, a sensibilidade sensorial (também chamada de disfunção sensorial) faz parte da vida diária. Isso pode se apresentar de diferentes formas: desde incômodo causado pelo excesso de estímulos, até preferências sensoriais que podem envolver a busca de atividades prazerosas, estimulantes ou calmantes. Além disso, as pessoas costumam ter diferenças sensoriais que vão desde hipersensibilidade a odores, ao sabor e textura dos alimentos, toque, ruídos altos, luzes fortes e até mesmo sensibilidade à luz solar intensa quando ao ar livre.
As consequências disso tudo são tão diversas quanto as suas manifestações. É claro que, sabendo que todo autista é diferente, essas diferenças também ocorrem nas formas de sentir os estímulos sensoriais e como isso afeta cada um no dia a dia. Nesse sentido, tudo depende do grau de autismo e de como é a rotina de cada um em particular.
Fonte: Envato – Foto de Iakobchuk
Pessoas com autismo de grau I (ou autismo leve), não estão imunes à sensibilidade sensorial. Na verdade, aqueles que dizem que quem tem autismo leve tem uma “vida normal” não poderiam estar mais errados. O problema da invisibilidade começa quando existe essa crença e só se agrava conforme as necessidades dessas pessoas são negligenciadas por serem vistas como “frescura” por alguns. Afinal, se a pessoa está “vivendo uma vida normal”, porque ela não consegue trabalhar ou estudar em uma sala iluminada, ou participar de um evento movimentado? “Como assim, seletividade alimentar? Isso não é coisa de criança?”. Bem, esse são só alguns exemplos de como os autistas de grau I podem ser incompreendidos e de como isso afeta suas vidas.
Imagine como deve ser entrar em um supermercado e as luzes fortes fazerem você querer desistir das compras e sair de mãos vazias. Ou precisar recusar o convite de estar com bons amigos pois o encontro é em um lugar repleto de estímulos que certamente vão te deixar sobrecarregado. Não conseguir curtir a praia, pois a luz do sol, o barulho do mar, a sensação da areia na pele, nada disso te faz bem? Acho que deu pra entender o ponto aqui, não é mesmo? A sensibilidade pode significar precisar fazer sacrifícios, o que por sua vez pode levar a frustração e ansiedade.
Isso sem falar nas vezes em que não é possível evitar esses estímulos. Isso pode ser extremamente desgastante física e emocionalmente e pode deixar a pessoa exausta demais para realizar outras tarefas importantes.
Quando há comprometimento cognitivo, lidar com a sensibilidade sensorial no autismo também pode ser bastante desafiador. Isso se agrava ainda mais quando as habilidades de comunicação verbal e até mesmo não verbal são prejudicadas. Afinal, se a pessoa não consegue comunicar o que a sobrecarrega, como os cuidadores vão saber disso? Nessas horas, é essencial ficar atento aos sinais: o autista fica com os olhos cerrados ou irritados ao olhar para as telas, ou quando a luz está acesa? Caso a resposta seja sim, teste diminuir o brilho da TV e substituir a iluminação por lâmpadas menos potentes e veja a reação. Pode não parecer, mas essas adaptações podem melhorar e muito a qualidade de vida do autista.
O excesso de estímulos pode deixar o autista mais irritado, agressivo e agitado. É claro que existem muitos outros fatores que influenciam nesses pontos, mas diminuir os estímulos negativos e incentivar aqueles que trazem conforto (como brinquedos sensoriais, por exemplo) é uma boa forma de ajudar nesses sintomas. Por exemplo: além de testar diminuir as luzes, faça o possível para diminuir também a altura dos sons. Talvez a TV ou o rádio esteja num volume baixo para você, mas lembre-se que para o autista o mesmo volume pode ser ensurdecedor.
Fonte: Envato – Foto de varyapigu
A sobrecarga sensorial acontece quando um estímulo intenso afeta a capacidade de enfrentamento do autista. Isso pode ser desencadeado por um único evento, como um ruído alto inesperado, ou pode aumentar com o tempo devido ao esforço necessário para lidar com as sensibilidades sensoriais na vida diária. A sobrecarga pode levar a uma ansiedade intensa, necessidade de escapar da situação ou dificuldade de comunicação. De fato, quando o cérebro tem que colocar todos os seus recursos no processamento sensorial, ele pode desligar outras funções, como fala, tomada de decisão e processamento de informações.
Muitos autistas apresentam alguns comportamentos quando estão enfrentando uma crise de sobrecarga sensorial. Saber identificar esses comportamentos é importante na hora de buscar amenizar a situação. Veja alguns exemplos:
Para que a sensibilidade sensorial não tenha tantos impactos negativos na vida do autista, alguns cuidados precisam ser tomados. Isso vai desde evitar os gatilhos e tornar os ambientes mais inclusivos, até terapias que ajudam a processar melhor os estímulos sensoriais.
Essa é uma preocupação que precisa ser levada em conta em todos os lugares possíveis que o autista frequente. Em casa, na escola, faculdade ou trabalho, é importante que fique claro quais são as necessidades em particular de cada autista para que seja possível praticar a inclusão de forma adaptada e eficiente. Já falamos um pouco sobre como fazer isso em casa, agora, vamos às ideias para pôr em prática fora dela:
Certamente, as terapias são aliadas valiosas para lidar com a sensibilidade sensorial no autismo. Veja quais são as mais indicadas:
Esse foi o nosso artigo sobre autismo e sensibilidade sensorial! Você gostou? Então, acompanhe o Autismo em Dia nas redes sociais Instagram e Facebook para não perder nenhum conteúdo preparado por nós para trazer informações relevantes sobre o Transtorno do Espectro Autista.
Obrigado pela leitura e até logo! ?
O texto que você acabou de ler foi inspirado e adaptado do artigo “Sensory Issues“ do portal Autism Speaks.
“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”
Tenho suspeitas de que minha filha de 3 anos tem autismo,pois tem certos tipos de sensibilidades tipo cheiros de alimentos não gosta de comer, e só aceita um tipo de alimento que é leite com achocolatado na mamadeira,comia normalmente até completar 2 anos de idade.Ela é uma criança super comunicativa gosta de brincar e de estar no meio de outras crianças e minha grande preocupação é que ela não come.
Oi, Aline. A seletividade alimentar é um sintoma do autismo, precisa avaliar o que acontece para sua filha ter essa recusa alimentar. É importante que ela seja avaliada por um neuropediatra, com certeza você vai ter as respostas para a suspeita dela estar no espectro ou não. Deixo pra você esse material de apoio:https://materiais.autismoemdia.com.br/aed-autismo-e-alimentacao
Forte abraço!?
MT interessante achei , uma informação necessária e clara.
Bom dia.Na escola que trabalho e no geral nas escolas do município que moro os tutores são chamados aleatório e despreparados, exigem somente que tenham o segundo grau completo.
O pior é que inserem e retiram sem planejamento em desligamento do aluno
Gostaria de saber um pouco mais das leis que asseguram os alunos em relação a mudança de tutores.
Quero tanto ajudar meu filho, mas não sei como; já que tenho muitas dificuldades financeira e emocional . Ele tem 41 anos é inteligente, educado mas nunca foi cuidado como deveria; convivo com todas as dificuldades dele, leio muito sobre o autismo, e é um trilhões de coisas que acontece com ele . Com única ajuda de Deus, minha e a consulta psiquiatra a cada 60 dias . Acho que ele nem precisaria fazer uso da medicação, mas como… se é que o temos para amenizar certos sofrimentos.
Olá, Luzivalda! É importante manter o acompanhamento psiquiátrico e os medicamentos, além disso, seria uma ótima ideia que ele fosse atendido também por um psicólogo.
A terapia também é indicada para a senhora, pois a sua saúde mental também é importante! É uma forma de aprender a lidar com sentimentos e situações que te abalam de alguma forma. Então, se for possível, indicamos que procure um psicólogo também.
Obrigado por deixar seu comentário. Um abraço!
BOA NOITE, FAZEM 2 MESES QUE RECEBI O DIAGNOSTICO DOS MEU DOIS FILHOS.
O MAIS VELHO 11 ANOS, TEM SELETIVIDADE ALIMENTAR. COME APENAS ALIMENTOS CLAROS E SECOS. NAÕ COME FRUTAS , LEGUMES OU VERDURAS. TEM SENSIBILIDADE A LUZ.
O MAIS NOVO, 4 ANOS. GRAU MODERADO.
TODOS OS SINAIS. SENSIVEL A RUIDOS, AGLOMERAÇÃO. LUZ, SE ALIMENTA BEM, POREM APRESENTA DESORDEM SENSORIAL BEM ALTA.
CHUVEIRO, DESCARGA. TUDO QUE RUIDO MAIS ALTO.
ESTAMOS TENTANDO SE ADAPTAR. MUITA MUDANÇA EM UM CURTO ESPAÇO DE TEMPO.
MAS ESTOU APRENDENTO.
Olá, Marlene! Continue levando eles nos especialistas e fazendo todos os tratamentos indicados. Dessa forma, vocês vão aprendendo juntos a lidar com os diagnósticos recentes.
Um Abraço!
sou autista nível 1 , antigamente chamado de asperg. estou me sentindo em colapso mental e sensorial. pode me ajudar?
Olá, Isa. É importante buscar atendimento profissional para que você possa receber o apoio necessário para lidar com isso. Indicamos buscar por um psicólogo que trabalhe com a terapia cognitivo comportamental ou analise do comportamento.
Estamos torcendo para que você encontre a ajuda que precisa. 💙
Oi Isa, eu sou autista também, estou aprendendo agora como lidar com as minhas sobrecargas. Quando você tiver se sentindo assim, tire um tempo pra voce pra voce relaxar com os estimulos que voce gosta(coisas repetitivas, cores que gosta, som que gosta, toques macios) e evite aquilo que te sobrecarrega como estimulos ruins(luz forte, som alto, textura ruim, cheiro forte…), social(sair muito e interagir muito com as pessoas) e emocional(aquilo que piora seu emocional). Evite muito tempo dessas coisas e tenha bastante tempo pra se recuperar(meu dura dias, semanas). Sempre avalie o que vai te causando mal e use acessórios como oculos de sol, fone de ouvido, roupas confortaveis. Aprenda qual é o seu limite das coisas pra você impedir antes que entre em crise. Espero que voce fique bem, minha terapeuta de TEA me ajudou muito, seria bom se encontrasse uma também.
boa tarde
minha filha 2 anos e 8 meses de um tempo pra cá não gosta mas de lavar os cabelos chora muito por conta da espuma do shampoo e não gosta de usar sabonete. não gosta de usar mas o creme da pele dermatite, na escolinha quando tem brincadeira de água fica longe não gosta, e nem q tocamos nela com a mão molhada. venho notando esses sintomas faz uns meses, antes era tudo tranquilo não sei oq fazer
Olá, Keli. Indicamos procurar atendimento com um neuropediatra para investigar a razão disso estar acontecendo. Torcemos para que de tudo certo. 💙
Eu tenho 51 anos, sou professora e apresento muitas características de autismo leve. infelizmente, percebo uma dificuldade crescente em vários aspectos, principalmente sensoriais. Não tenho recursos para pagar um psiquiatra ou neurologista para buscar um laudo. Gostaria muito de receber apoio.
Olá! Sentimos muito que esteja tendo dificuldades em acessar os atendimentos que precisa. Sugerimos que procure atendimento social em universidades da sua região que ofereçam suporte mais acessível e torcemos para que encontre as respostas que procura. 💙
Eu conhecia a palavra autista mas eu não sabia do que a pessoa sofre e complexidade. Entendi aqui os pontos relatados requer suporte. Obrigado pelas as informações. Achei interessante trocar ideia, me comunicar, expressar o interesse em aprender de que temos que saber o que a pessoa gosta e suas necessidades.