Autismo em mulheres: Thaís Mösken e o espaço do autoconhecimento


Autismo em mulheres: Thais Mosken

Postado por Autismo em Dia em 03/abr/2020 - 31 Comentários

Até pouco tempo, praticamente não se falava sobre autismo em mulheres. Os dados científicos sobre a maior incidência do transtorno no sexo masculino colaboram para que isso aconteça. A ciência ainda não explica por que o autismo é mais comum nos homens, o que sabemos, é que as mulheres que estão no TEA, também precisam de visibilidade. ¹

Por isso, nós, do Autismo em Dia, queremos contribuir para essa inciativa. Enquanto sociedade, precisamos que as histórias dessas mulheres sejam contadas. Falar sobre isso também incentiva outras mulheres a buscarem respostas. Especialmente aquelas que durante toda a vida sentiram que havia algo diferente em si.

A mulher que você vai conhecer no nosso artigo de hoje, é um dos vários exemplos onde o diagnóstico, por diversos motivos – principalmente sociais – veio já na idade adulta. Estamos falando da Thais Mösken, paulistana de 28 anos, formada em engenharia civil pela USP. A história de vida dela é recheada de autocrítica. Desde a infância, Thais precisou encarar muitas dificuldades, que não exatamente ficaram mais fáceis na idade adulta. No entanto, sua história nos mostra que com esforço e coragem, muitas situações do cotidiano se tornaram mais leves e fáceis de lidar.

A história da Thais certamente vai se conectar com muitas pessoas que podem estar passando por situações parecidas e que vão se beneficiar do debate sobre autismo em mulheres. Acompanhe:

Thais Mosken: autismo

Fonte: Arquivo pessoal cedido por Thais Mösken

Índice

Autismo e personalidade – da infância à adolescência

Desde muito cedo, Thais sabia que era diferente. Todas as questões habituais da formação da personalidade e do caráter de uma criança foram influenciadas pela condição do autismo, descoberto apenas quando ela tinha 26 anos.

Thaís sempre foi uma garota muito inteligente e com paixão pelos estudos, principalmente nos campos de matemática e ciência. “Eu era extremamente arrogante e desdenhava das outras pessoas”, conta ela, que considerava os conhecimentos artísticos coisa de quem não era inteligente.

Para ela, a mesma lógica valia para os esportes. Minhas dificuldades sempre foram com a questão dos relacionamentos e grupo, como fazer trabalhos e no momento da educação física. Aliás, essas aulas me causavam um estresse tão grande que, depois que saí da escola, eu me orgulhava, de certa forma, de ser sedentária. Além disso, eu tinha a ideia de que, ou você é inteligente, ou você é esportista”.

Dificuldade em fazer amigos

Thaís conta que era a típica nerd: estudiosa e fora dos padrões de beleza. Nos intervalos, preferia ficar sozinha, lendo, fazendo suas coisas em sala de aula. Isoladamente, esses já seriam dois fatores que a fariam ser alvo de bullying, um tipo de comportamento maldoso que acontece muito nas escolas. Mas a isso, se somavam também comportamentos nada habituais. “Eu gostava de ouvir música andando de um lado para o outro e não sabia que aquilo era estranho, até que um dia eu fiz isso na escola e fiquei marcada, as pessoas me enchiam o saco. Vinham arrancar meu fone, ficavam filmando, até que um dia eu peguei o celular de um garoto e quebrei ele todo”.

Esse comportamento defensivo, ela conta, a ajudou a passar por muitas situações. “Existiam e ainda existem muitas coisas que eu não entendo. Uma delas é por que as pessoas aceitam passar por situações desconfortáveis como essa. Por que as pessoas nem sempre reagem, quando reagir seria algo bom para elas ou para as pessoas ao redor. Essa agressividade provavelmente me impediu de entrar em depressão.”

Nem mesmo a aspereza no modo de lidar com colegas de classe a impediram de criar círculos de interação. Mas até hoje ela demonstra cautela em usar a palavra “amizade”. “Eu conseguia me conectar com duas ou três pessoas. Era pouco, mas eram colegas de quem eu gostava”.

Contato com adultos

Algo que frequentemente acontece com crianças autistas é uma aproximação maior com pessoas mais velhas. E isso também aconteceu com Thaís. Ela circulava pelo trabalho da mãe com naturalidade, se oferecia para cumprir tarefas cotidianas, como por exemplo fazer fotocópias, entregar correspondências ou criar fluxogramas. Na escola, professores, zeladores e até a “tia da cantina” se tornavam companhia para a moça.

O que se destaca é que Thaís levava as discussões para um patamar que não era esperado para uma criança. Quando não concordava com algo, não temia em demonstrar sua predileção ao contrário. Sem entrar em detalhes, Thaís conta que em algumas situações, ela percebia que suas colocações soavam estranhas para outros, às vezes gerando um desconforto generalizado ou uma suposta implicância.

“Eu simplesmente não conseguia entender como as pessoas não abordavam certos assuntos de forma objetiva e lógica”, ela explica.

Autismo em Mulheres

Fonte: Arquivo pessoal cedido por Thais Mösken

“Apaguei boa parte das memórias da universidade”

Olhando da perspectiva da universidade, o tempo de ensino fundamental e ensino médio parecem um sonho distante. “O grande problema veio quando entrei na faculdade. Não tenho lembranças tão boas. Apaguei boa parte das memórias desse período”.

Esse foi justamente o momento em que a possibilidade de ser autista começou a chamar a atenção de Thaís. “Hoje eu percebo que eu estava em depressão na maior parte do tempo. Não tinha energia para nada, estava sempre exausta, física e mentalmente. Eu não tinha mais interesse nas coisas da faculdade, mesmo que fossem assuntos que eu gosto”.

Logo, entrou para o grêmio estudantil para escrever no jorna,l pois sempre foi apaixonada por palavras. “Sempre fui aficionada por me expressar da maneira mais correta possível. É uma espécie de hiperfoco”. Apesar de ter se envolvido em atividades extracurriculares para se sentir melhor, esses problemas se agravaram.

Autismo, feminilidade e o sonho de um relacionamento

Cansada de ser vista como uma garota “do contra”, ela conta que tinha em mente encontrar, durante a faculdade, alguém que gostasse dela como mulher. Queria ter um relacionamento amoroso, como ela mesma define, “normal”.

O primeiro relacionamento não demorou a aparecer, mas também não durou muito. As dificuldades foram se acumulando e Thaís não se sentia bem consigo. “Eu não sabia dizer o que estava me cansando, me deixando exausta. Hoje eu percebo que as situações sociais me cansam absurdamente. E assim foi praticamente a faculdade inteira. Quando eu tentava me relacionar com as pessoas, havia um misto de que os assuntos das conversas não me interessavam e elas agiam de uma forma que eu achava horrível. Mas, àquela altura, eu já não tinha disposição para discutir”.

Com tudo que estava acontecendo, o desempenho brilhante que ela tinha na escola acabou não se repetindo na graduação. “Fui extremamente mal na maioria das matérias e acabei levando 8 anos para concluir. Pensei em desistir e mudar de curso muitas vezes. Eu nem tinha ideia de com o que eu queria trabalhar”.

No fim das contas, foi a preocupação com a entrada no mercado de trabalho que mudou a história de Thaís e a fez descobrir o diagnóstico de autismo.

A descoberta do autismo

Fonte: Arquivo pessoal cedido por Thais Mösken

A descoberta do autismo

Thaí fez passou dois anos em um estágio, mas por conta da crise econômica não foi efetivada. Depois disso, passou dois anos desempregada. Não exatamente por falta de vagas, mas porque ela não se sentia à vontade com a maioria das ofertas.

“Segui o conselho das pessoas e tentei pensar fora da caixa. Comecei a procurar no Google empregos para pessoas anti sociais. Numa dessas, acabei parando num comentário sobre Asperger, e me identifiquei muito com as características daquilo. Resolvi ir atrás de informações. Nessa época, ainda era muito comum as pessoas dizerem que o autismo em mulheres ocorria menos que em homens. Para mim, era insuportável ficar na dúvida, eu tinha que pedir um diagnóstico pra saber se eu era autista”.

Foi como um quebra-cabeça. Thaís passou a juntar as peças e as evidências que tinham aparecido ao longo de sua vida. “Uma das lembranças que eu tenho é de quando eu, bem mais nova, estava assistindo novela com a minha mãe e tinha uma personagem autista. Eu perguntei para ela se eu era autista. Mas a personagem tinha as dificuldades cognitivas que eu, de fato, nunca tive. Minhas dificuldades sempre foram mais sociais.”

O diagnóstico – contribuindo para o fim de mitos sobre o autismo em mulheres

“O diagnóstico foi um alívio. Finalmente eu eu enxerguei motivos lógicos para entender as diferenças não só em nós, autistas, mas nas pessoas em geral. Olhando para trás, as dificuldades da faculdade eram de aprendizado, sim, mas era muito mais que isso. Isso me mudou. Eu parei de ficar me considerando inteligente demais ou burra demais. Me trouxe um pensamento estruturado que não parece caótico nem cansativo”, conta Thaís. Aos poucos, histórias como esta ajudam a derrubar mitos sobre autismo em mulheres.

Mercado de trabalho: abrindo novos espaços para falar de autismo em mulheres

Hoje Thaís trabalha numa empresa de marketing em Florianópolis como analista de negócios. Se deu tão bem que é a ela que toda a empresa recorre quando há algum problema No sistema do qual ela é responsável. Seu dia a dia envolve muita técnica (é ela quem escreve os manuais), e também lidar com pessoas. E isso, ela conta, tem sido um grande aliado no seu desenvolvimento pessoal.

“O que envolve fazer coisas técnicas, faço sem nenhum problema. Desde escrever um manual até ensinar as pessoas. Mas quando preciso resolver algo subjetivo, como negociações de recursos, fico um pouco exausta e preciso da ajuda de outras pessoas para compreender o que estão querendo dizer.”

Mas graças a seu desempenho como profissional, Thaís tem escalado responsabilidades maiores e ganhando autonomia para tomar decisões sozinha. “Antes eu podia passar tudo pro gestor que ele resolvia. Agora eu mesma preciso aprender a me comunicar e também ouvir as outras pessoas para tomadas de decisão. E eu sei que tem pessoas mais fáceis e outras difíceis. Isso não tem a ver com o autismo, tem a ver com pessoas”.

Thaís se sente grata por todo apoio que sempre recebeu e ainda recebe das pessoas ao seu redor. Da liderança, a quem ela não poupou elogios, ao seu atual namorado, que parece ser a pessoa perfeita para acompanhar Thaís nessa trajetória. “O trabalho dele é meio criativo e meio lógico, e ele é uma dessas pessoas que são fonte para compreender outras pessoas”.

Mulher autista

Fonte: Arquivo pessoal cedido por Thais Mösken

Autismo em mulheres: abraçando a causa

Se você acompanha o Autismo em Dia, já ouviu falar do podcast Introvertendo, o mais influente programa brasileiro sobre autismo na internet. Nós entrevistamos o Tiago Abreu, criador do podcast, numa matéria esclarecedora que você pode conferir clicando aqui.

Thaís descobriu o podcast dias depois de receber o diagnóstico e, de ouvinte, ela acabou integrando a equipe quando Tiago procurava pessoas para participar de um episódio sobre o mercado de trabalho. O que a motivou a participar de quase 20 episódios até agora foi poder usar o espaço como ferramenta de esclarecimento e debate. “Quando eu comecei a ler sobre o autismo, eu vi como ter informação era importante, e como também havia muita desinformação. Acho importante que as pessoas tenham informações e que elas compartilhem isso com outras pessoas. Cada ouvinte do podcast é um potencial multiplicador, e isso já é muita coisa”, comenta.

Criação de empatia

Hoje Thaís afirma ter encontrado sua própria forma de viver e ser feliz, com poucas pessoas ao redor. Mas para chegar a isso, ela precisou trabalhar por muitos anos a questão da empatia. “Isso é uma questão muito complicada para os autistas, e foi assim para mim. Eu não gostava das pessoas, de um modo geral. E uma das coisas que me ajudaram foram as histórias fantásticas. Os livros e os jogos de fantasia têm muitos pontos de vista e eles me ajudaram a a compreender as pessoas. Essas histórias eram um refúgio”.

Todavia, ela se orgulha de não ter mais pensamentos tão individualistas e preconceituosos, e até admite que aprendeu a não ter vergonha de gostar de muitos dos assuntos se sua versão adolescente esnobava. Sua trajetória certamente será exemplo para mulheres autistas, e também os homens, pois Thaís prefere ignorar toda ideia que separe as pessoas em “caixinhas” ou padrões.

***

Gostou da história de Thaís? Então deixe seu comentário aqui em baixo 🙂 Se você também tem uma história para contar, entre em contato com a gente. O próximo proTEAgonista pode ser você.

Referências bibliográficas e a data de acesso:

1. Comunicando direito – 01/04/2020

 

“O Autismo em Dia não se responsabiliza pelo conteúdo, opiniões e comentários dos frequentadores do portal. O Autismo em Dia repudia qualquer forma de manifestação com conteúdo discriminatório ou preconceituoso.”

31 respostas para “Autismo em mulheres: Thaís Mösken e o espaço do autoconhecimento”

  1. Caio disse:

    Incrível matéria, muito boa para se perceber o crescimento pessoal.

  2. Lourdes disse:

    Olá, gostei de ler a historia da Thais.

  3. Jaqueline dos santos lobo da Silva disse:

    Linda história Thaís, realmente existem muitos obstáculos a serem vencidos e acho que os mais difíceis são com as pessoas, digo como mãe de um autista moderado e outras comorbidades. Mas parabéns pela sua linda tragetória e que tds podemos conseguir transformar os nossos, bjos.

    • Autismo em Dia disse:

      Verdade Jaqueline, são tantos desafios que muitas vezes se somam a falta de empatia da nossa sociedade 🙁 Seguimos lutando por um mundo mais compreensivo e inclusivo! Um abraço forte para você e seu filho autista!

  4. Krishna Martins disse:

    Parabéns a Thaís pela jornada de crescimento pessoal, de revisão crítica das próprias opiniões e preconceitos, pela coragem de procurar diagnóstico, pela auto-aceitação e pela alegria de ser quem é.

    Parabéns ao Autismo em Dia por disponibilizar experiências positivas de superação, de auto-conhecimento, mostrando assim que existem modos de inserção produtiva do autista na sociedade. Vocês não fazem ideia de como são importantes!

    • Autismo em Dia disse:

      A história da Thaís é realmente muito emocionante. Nós ficamos realmente felizes em contar essa história, pois ainda se fala muito pouco do autismo em mulheres, e em adultos no geral. Também queremos agradecer muito o carinho e o reconhecimento Krishna!

  5. Joelma Tavares disse:

    Amei, só consigo enxergar a minha filha nesse texto, obrigada por tanta informação de qualidade.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Joelma, ficamos muito contentes que a história da Thaís tenha chegado até você, é muito reconfortante entendermos que não estamos sós né?

  6. clara disse:

    Obrigada pela matéria. Sou uma mulher de 27 anos e hoje tive a realização de que posso estar no espectro: muitas coisas começaram a fazer sentido, desde comportamentos e situações do passado até dificuldades do presente. Algumas coisas ainda não se encaixam, como o fato d’eu ter brincado muito de imaginar, quando criança, com meus irmãos e gostar de ficção (apesar de gostar mais de não-ficção), além de não ser sempre tão sensível à luz e sons (mas, mais, ao clima), também não tenho interesse apenas por uma coisa focal (mas várias e com certa intensidade), organização só de espaços não-físicos e não sou tão adepta à uma rotina estruturada (apesar de sempre repetir oq eu faço no dia-a-dia). Todo o resto, principalmente a supervalorização da lógica, grande dificuldade de socialização, verborragia, dificuldade de coordenação motora, dificuldade de expressar sentimentos e empatia, ser percebida como rude, discurso circunstancial, sempre ter me sentido “alien”, ser detalhista, entre outros. Fiz o AQ test e deu duas vezes que é alta a probabilidade de eu ter. Enfim, não sei bem o porquê de ter compartilhado isso aqui, acho que estou um pouco eufórica de ter notado algo que nunca tinha nem cogitado e isso estar me possibilitando entender porque sou como sou.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Clara, ficamos felizes que tenha encontrado esse texto ?

      O autoconhecimento é realmente libertador!

  7. Dayene disse:

    Me identifiquei muito com a Thaís. Em busca do diagnóstico aos 38 anos.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Dayene, desejamos que seu caminho em busca de respostas seja leve e produtivo. Um abraço de toda nossa equipe!

  8. LAURA ANTONIA LEMOS disse:

    Tenho 55 anos. Só ano passado recebi o diagnóstico do meu filho com 15 anos. Desde então acredito que eu sou autista. Cada vez que leio sobre isso me identifico mais. Apesar de alguns irmãos dizer o contrário. Isso tá me angustiando muito. Gostaria de saber se sou mesmo ou não. Faria muita diferença na minha vida. Mesmo depois de ter sofrido muito ao longo da vida.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Laura, como vai? Realmente o diagnóstico faz muita diferença! Muitos autistas diagnosticados somente depois de adultos relatam que é uma espécie de “libertação” entender o porquê de se sentir tão diferente do “resto do mundo”. Desejamos que tenha coragem, força e recursos para iniciar sua investigação.

      Queremos deixar aqui o link de uma live que pode ser muito interessante pra você, onde autistas adultos contam como foi esse processo: https://www.youtube.com/watch?v=3spcsDqh_Kk

      Depois volte aqui para contar pra gente o que achou 🙂

      Um abraço!

  9. Daniela Paula disse:

    Estou lendo agora e me identificando acredito que tenho esse transtorno e vou procurar ajuda profissional.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Daniela, que bom que nosso texto chegou até você!

      Desejamos força e coragem nessa jornada. Um abraço!

  10. Hellen disse:

    Olá, muito esclarecedor. Tenho o diagnóstico tardio e sou casada e tenho duas filhas. Acumulei comorbidades e ainda estou aprendendo a lidar com tanta coisa. Realmente não é fácil convencer sua família e amigos que vc é autista e precisa de mais ajuda que outras pessoas. Os estigmas são muitos… Mas o diagnóstico é o melhor caminho…

    • Autismo em Dia disse:

      Verdade Hellen, o diagnóstico é o melhor caminho, mesmo não sendo nada fácil lidar com o estigma. Mas com ajuda médica e terapêutica você pode encontrar formas pra ir lidando com tantas coisas que também chegam com o diagnóstico, continue nos acompanhando também! Aos poucos você vai vencendo os desafios, conte com a gente!?

  11. Siddharta Gabriella disse:

    Olá, boa noite.
    Muito boa a matéria.
    Seria possível conseguir com a Thaís, o contato do profissional que fez o diagnóstico dela? Tbm estou procurando em especialista aqui em Santa Catarina, mas na minha cidade (Blumenau) atendem apenas crianças neste assunto. Não me importaria de ter que ir até floripa para conversar com um profissional qualificado.
    Poderiam me ajudar com isso?
    Muito obrigada pela atenção.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Siddharta, td bem? Vamos tentar retomar contato com a Thaís e se conseguirmos o contato do profissional dela te mandamos por e-mail 🙂

  12. Gabriela disse:

    Fiquei emocionada com a matéria sobre a Thaís, desejo tudo de bom e um grande parabéns por conseguir achar seu caminho, como adolescente me senti inspirada para pesquisar mais sobre o assunto. Li um livro esses dias de uma escritora chamada Helen Hoang, ela é autista assim como sua filha, então seus livros são com personagens principais com o espectro( são geralmente romances ). Acabou que lendo um destes livros, me identifiquei bastante com uma as personagens e acabou que algumas coisas fizeram sentido na minha cabeça, mas tenho medo da reação da minha família se eu trazer algo assim. No momento estamos fazendo diagnósticos de tdah, mas queria procurar sobre o autismo também, mas fico apreensiva com a reação dos meus familiares e amigos. bom, fiquei muito feliz de ler essa matéria hoje e melhorou bastante a minha semana, obrigada !

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Gabriela, que bom que nosso texto está te apoiando de alguma forma nessa busca de respostas. Sabemos que o momento da busca de um diagnóstico pode trazer bastante ansiedade, mas como já está em avaliação sobre o TDAH, quem sabe não venha naturalmente algumas respostas sobre a suspeita de estar no espectro? Estamos na torcida para que as coisas fiquem cada vez mais claras por aí, estamos por aqui!?

  13. Francine disse:

    Vendo alguns vídeos eu decidir estudar sobre o autismo feminino e hoje eu achei essa história e parece que eu estava lendo a minha história. Vou procurar ajuda para saber se sou autista também ou se estou equivocada. Tenho casos na família tanto por parte de mãe e por parte de pai.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Francine, buscar a avaliação de um profissional é um excelente caminho, estamos por aqui ?

  14. Karina disse:

    Descobri que tenho autismo a pouco tempo, fiz o teste neuropsicológico. Também cursava engenharia civil, desisti de 6 graduações por não me inserir na vida acadêmica, tenho 26 anos e não consegui fazer amizades e me encaixar em grupo social, atualmente tenho depressão e a TAG que também veio com o diagnóstico. Não sei o que fazer da vida, não tenho perspectiva ! A vida toda me senti uma pessoa ruim por ser muito sincera e sem perceber tratar mal pessoas. Odeio pessoas comendo, odeio barulhos, brigas frequentes em casa por não consegui me adaptar ao convívio, tenho rituais para organizar tudo e fico irritada quando algo não está como coloquei, não como carne com gosto forte, o que era visto por minha mãe e meu namorado por frescura, não gosto que toquem meu pé e nem gosto de lavar o umbigo, o que é estranho para os que convivem comigo. Atualmente estou fazendo terapia o que me deixa mais esperançosa, quero saber encontrar um espaço que me sinta bem, saber se quero ou não ter amigos, o que me faz bem ou não, não quero ter que me encaixar em tudo que eu via como “normal” , quero aprender a aceitar que tenho minhas diferenças e preferências, por enquanto estou tentando chegar a isso.

    • Autismo em Dia disse:

      Oi Karina, obrigada por compartilhar um pouquinho sobre você. A terapia já é um grande passo para ir encontrando formas de lidar com suas características únicas, o autoconhecimento é importante, parabéns por essa iniciativa, continue nos acompanhando! ?

  15. b. disse:

    Sou uma mulher de 28 anos em sofrimento por ter passado uma vida inteira sem me conectar com as pessoas, ser taxada de “esquisita” e “cheia de manias”, só depois do diagnóstico da minha sobrinha de 4 anos é que minha família começou a relembrar de muitas coisas da minha infância e agora estou me questionando muito. Muitas coisas se encaixam, mas não sei por onde começar. Fiz pesquisas e vi que o diagnóstico pode ser demorado e custar caro, isso já me desanima bastante.

    • Autismo em Dia disse:

      Olá, obrigada por comentar aqui. Você pode começar buscando terapia com psicólogo comportamental, alguns atendem em clínica escola em faculdades. Espero que você encontre alguém e não deixe de acompanhar nosso Blog. Um abraço
      ?

  16. Antonio José disse:

    Olá Thaís !
    Muito bonita a sua história.
    Cada pessoa, uns mais outros menos, ainda que abrandadas nas famílias bem estruturadas, temos nossas dificuldades na vida. Mas, sempre ficamos ainda mais orgulhosos quando todos os problemas são superados.
    Parabéns e Abração

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