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Postado por Autismo em Dia em 26/nov/2020 - 4 Comentários
Quando as pessoas falam de autismo, na maioria das vezes falam muito sobre crianças e quase nada de autismo na adolescência. Mas as crianças crescem, não é? E os desafios para os pais ficam bem diferentes. Os interesses mudam, o corpo ganha novas formas e quando funcionais, a socialização fica cada vez menos ligada à rotina dos responsáveis.
Além disso, há aqueles que nem chegam a ter o diagnóstico na infância e, de repente, precisam lidar com a descoberta bem nesses anos, que por si só, já são turbulentos. Por isso, preparamos uma série de dicas e informações que podem ser úteis para quem é pai, mãe, tio, irmão ou amigo de um autista adolescente. Assim, você estará preparado para acompanhar o ritmo das mudanças. E também vai poder ajudar esse autista a se preparar para a vida a adulta.
Quando seu filho autista é criança, existem vários comportamentos que vão variar de pessoa para pessoa. Eles podem ser não verbais, ou falarem pelos cotovelos. Podem ir muito bem na escola ou verem isso como um muro alto a ser escalado todos os dias. Eles podem, também, ter comportamentos bem extremos, ou simplesmente passarem despercebidos. Também é assim na adolescência, mas, no geral, alguns dos comportamentos listados a seguir aparecem com frequência em autistas dessa idade:
Agora, tente olhar as coisas pelo ponto de vista de um adolescente. Tudo isso pode se acumular às novidades que vêm com essa fase da vida, e trazer muitos desafios e conflitos. Porém, nem todos os casos de autismo na adolescência vão ser muito difíceis. É sempre importante lembrar que o espectro é amplo, e cada experiência individual é única.
Esse é um momento difícil, tanto para os pais quanto para os filhos. Existem muitas coisas sobre puberdade que você vai ser responsável por explicar de um jeito funcional. Mas isso não vai ser mais fácil, mesmo que seu filho seja um autista de alto funcionamento.
Confira algumas dicas de como ajudar o autista a entrar nesse novo universo.
Para os autistas de grau mais severo, que costumam apresentar comportamentos inadequados, existe um ponto bem complicado. Estamos falando da masturbação. Assim como, quando mais novo, pode ter feito algo que não era para ser feito em público – como, por exemplo, urinar – pode ser que esse adolescente se sinta impelido a se masturbar na frente de outras pessoas. Isso acontece porque vai existir um conflito claro entre as questões da mente e as do corpo.
E isso é um problema bem sério. Seu filho ou sua filha podem ser mal interpretados, ou vistos como pervertidos sem que isso seja verdade. Principalmente para os meninos, que podem ser confundidos com criminosos sexuais. E só quem é pai ou mãe de um autista sabe o quanto é difícil explicar para as outras pessoas certos comportamentos diferenciados.
Você vai precisar ensinar ao adolescente que se masturbar não é algo exatamente errado (a não ser, de fato, que a a cultura ou a religião da família entendam o contrário). Mas que isso deve ser feito de forma reservada. Não é certo de que isso seja um problema do autismo na adolescência, mas, se acontecer e se tornar um problema recorrente, a terapia comportamental pode ajudar a corrigir.
Quando o assunto é a educação escolar, os autistas tem habilidades bem mistas. Alguns têm problemas de concentração. Outros não conseguem entender conceitos mais abstratos, enquanto outros tantos também conviverão com as comorbidades comuns do TEA, como o transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), e os de nível severo, que podem ter alguma deficiência intelectual e tudo isso vai influenciar na maneira como a educação acadêmica vai evoluir.
Porém, a comunidade autista geralmente leva a fama de serem grandes gênios. Embora isso não seja exatamente um mito, é uma realidade para cerca de – apenas – 10% das pessoas no espectro. É o que os médicos chamam de síndrome de Savant. ¹
O problema está justamente que espera-se muito mais do adolescente quanto se trata de habilidades de debate, leitura, escrita e compreensão do mundo do que de uma criança. Quando os adolescentes demoram a alcançar esse patamar, podem sofrer com a pressão interna e externa.
Além disso, a avaliação padronizada de provas e trabalhos pode ser um alívio para alguns, mas um problema para outros. Por isso, é muito importante manter, sempre que possível, uma adaptação do currículo escolar considerando cada pedaço dos problemas individuais desse autista.
Se você, leitora e leitor, já passou dos 18 anos provavelmente se lembra de como é ser adolescente. As emoções parecem uma montanha russa e surgem sempre prestes a nos engolir. Ainda que isso tenha muito mais a ver com o ponto de vista de alguém tão jovem do que, de fato, com a realidade.
Quanto mais intelectualmente desenvolvido é o autista, maiores são as chances de ele sofrer com esse vai e vem de sentimentos da puberdade. Isso ocorre porque eles são muito mais conscientes do quão difícil é se envolver ativamente numa comunidade e interagir com pessoas. Eles percebem muito mais o olhar de estranhamento e a rejeição. ²
Além desses altos e baixos, os autistas também podem sofrer com os seguintes dilemas:
Dependendo do grau do autismo do seu filho ou filha, é certo que um dia ele(a) vai viver de maneira independente de você, e existem muitas oportunidades de viabilizar essa vida. Mas é importante que, nesses anos, você seja um grande colaborador da construção desse caminho para a vida adulta. Em resumo, é uma questão de se planejar o quanto antes para aumentar as chances de sucesso.
Agora é a hora de começar:
Você tem uma criança autista entrando na adolescência aí na sua casa? Então conte para nós como tem sido essa experiência de encarar o autismo na adolescência. Vamos adorar ler seu comentário.
E se você deseja ter mais informações confiáveis e verificadas por médicos e outros especialistas em autismo, nos siga no Facebook e no Instagram.
Até mais! =)
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O artigo que você acabou de ler é uma adaptação do texto “Autism in Teenagers“, do portal médico internacional Very Health.
Referências bibliográficas e a data de acesso:
1. SSM Health – 19/11/2020
2. Medscape – 19/11/2020
3. Spectrum News – 19/11/2020
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Meu filho está c 16 anos, tem autismo, esquizofrenia e rebaixamento intelectual todos de grau leve… teve o diagnóstico cedo, c oito anos mas já tratava desde os cinco anos,tem sido muito difícil a convivência na escola, pois agora está num núcleo de apoio psicopedagógico especializado e tem feito muita diferença, ele adora e está aprendendo muito, e aprendendo música, a tocar msm um instrumento.. Tem ajudado eemuito…ele tem gostado e isso é primordial para um resultado melhor…
Oi Roseli, puxa que legal 💙 Obrigada por compartilhar sua experiência. Temos certeza que pode ajudar muitas famílias!
Muito boas as informações
💙